Movimento sugere calendário com Brasileirão desde fevereiro, mínimo de 30 partidas para os clubes pequenos e máximo de 74 para os grandes
Bom Senso F.C se reuniu nesta segunda-feira
(Foto: Carlos Augusto Ferrari/GloboEsporte.com)
(Foto: Carlos Augusto Ferrari/GloboEsporte.com)
Menos jogos
para os clubes grandes, mais para os pequenos, cinco divisões no Campeonato
Brasileiro e a transformação dos campeonatos estaduais em copas, no formato da
Copa do Mundo. Essas foram as principais propostas do Bom Senso F.C. para o novo
calendário no futebol do país. Apoiado na estatística que aponta para 583
clubes inativos por mais de seis meses, o movimento criou um modelo que
estabelece um calendário anual para 496 equipes.
Uma das
principais mudanças da proposta é a criação da Série E, com 452 times. Cada um
disputaria um mínimo de 30 jogos e um máximo de 34 num formato de 36 grupos com
12 equipes em cada. As séries C e D também sofrem alterações. A terceira, com
48 clubes, teria o mínimo de 34 e o máximo de 38 partidas. Na quarta, 144
equipes disputariam de 32 a 38 jogos, e 36 seriam rebaixadas para a nova quinta
divisão, na qual também haveria acesso das 36 melhores.
Outra
modificação relevante é a transformação dos campeonatos estaduais em copas
disputadas no mês de junho, com no máximo oito datas. Na proposta, o número de times
participantes varia de oito a 40, de acordo com a realidade de cada estado. Os
clubes das Séries A, B e C teriam vagas garantidas, enquanto os da D e E
passariam por eliminatórias.
Em São
Paulo, estado com um grande número de times, por exemplo, a Copa teria um
sistema idêntico ao da Copa do Mundo: 32 clubes divididos em oito grupos em
cidades espalhadas pelo estado. A escolha das sedes passaria pela criação de um
"padrão CBF", com estádios, centros de treinamento e hotéis adequados para
receber as delegações.
- Tudo que
mexemos é de responsabilidade da CBF, não alteramos nenhuma data que seja da
Fifa ou da Conmebol - explicou Eduardo Tega, consultor de conteúdo que
apresentou a proposta do calendário.
Estamos
pedindo organização e empregos a quem leva entretenimento para todas as pessoas
do país. Não pedimos nada que não venha de pessoas de bem querem o melhor para
o futebol brasileiro
Rogério Ceni
As Séries A
e B do Brasileirão seriam mantidas, porém, todas as divisões do campeonato
teriam início em fevereiro e durariam até dezembro. Das 38 datas das Séries A e
B, 36 estão marcadas para os fins de semana na proposta do Bom Senso. As copas
estaduais ocorreriam na paralisação de junho, utilizada também para a disputa
da Copa América.
Com essa
formatação, não haveria jogos dos principais clubes do país nas datas Fifa.
Isso ocorre hoje e faz com que muitos times sejam desfalcados de seus melhores
jogadores pelas seleções, mesmo que apenas para amistosos.
- Estamos
pedindo organização e empregos a quem leva entretenimento para todas as pessoas
do país. Não pedimos nada que não venha de pessoas de bem querem o melhor para
o futebol brasileiro - afirmou o goleiro Rogério Ceni diante da estatística de
12 mil atletas desempregados durante a maior parte do ano.
O Bom Senso
apresentou exemplos de clubes que entraram em campo pouquíssimas vezes durante
o ano de 2013. Alguns fizeram só oito jogos e ficaram inativos por até oito
meses. Na proposta do movimento, os pequenos terão no mínimo 30 partidas por
ano. Os grandes disputarão, no máximo, 74.
- A
expectativa é a melhor possível. Claro que não sabemos o tamanho desse passo,
se será grande ou menor. Todos os dirigentes com quem conversamos se colocaram,
no mínimo, à disposição de nos entender e saber o que o grupo pleiteia - disse o
meia Alex.
Os jogadores,
que já mostraram suas ideias ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo, esperam agora
levar à CBF, que não mandou nenhum representante ao seminário desta
segunda-feira, embora tenha sido convidada.
- Vamos tentar uma discussão em alto nível e
questionar porque não podemos ter um calendário mais equilibrado e melhor do
que o que temos - afirmou Eduardo Tega.
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