Grupos
católicos fizeram manifestação na noite desta sexta-feira (14) em
frente ao Instituto Tomie Ohtake, onde foi realizada a estreia do
musical Jesus Cristo Superstar, de Andrew Lloyd Weber. Com cartazes com
dizeres como "A peça ofende gravemente a honra de nosso senhor Jesus
Cristo" ou "Pare Já Com Esta Blasfêmia", membros de grupos como a
Associação Devotos de Fátima tentaram, sem sucesso, impedir a entrada do
público para a apresentação. Eles criticavam também o fato de a peça
ser realizada com verbas públicas, conseguidas via leis de incentivo.
O
espetáculo que estreou nos anos 1970 na Broadway retrata um Jesus
humanizado e o acompanha ao longo de seus últimos seis dias de vida. A
crítica se devia tanto ao formato de ópera-rock, considerado inadequado
para o tema, quanto a dois elementos da história que alguns consideravam
uma blasfêmia: apresentar um Jesus Cristo muito afeiçoado a Maria
Madalena e um Judas simpático demais.
A
montagem brasileira, concebida e dirigida por Jorge Takla, tem
provocado reações desde que foi anunciada. E, nas últimas semanas,
diversos artistas envolvidos receberam ameaças e ofensas nas redes
sociais. "Recebi uma mensagem no Facebook que me deixou chocada", disse
ao jornal O Estado de S. Paulo a cantora Negra Li, que interpreta
Madalena. "Um rapaz escreveu que eu iria para o inferno, pois não estava
sabendo o que fazer com a minha carreira e que, terminada a temporada,
eu seria abandonada por todos." Negra Li é evangélica e disse ter
considerado ingênuo o comentário. O ator Igor Rickli, intérprete de
Jesus, também afirmou ter recebido manifestações das mais diversas.
"Tudo porque o musical trata de fé, o que é delicado, sempre. Mas, em
cena, acredito que contamos uma versão da história de um homem que foi
líder político e religioso, sem tomar nenhum partido". BahiaNoticias
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