Rádio A Melhor do Universo

24 março 2014

DO MEU OBSERVATÓRIO:A PRIMEIRA GOTA DA LOUCURA


A tarefa de buscar a ordem e aplicar a lei foi considerada por muito tempo como simplória, bastando extrair o conteúdo unívoco da norma. Um bom exemplo reside na ordem cada vez mais ausente na sociedade, onde tal reflexo se estende também no templo, ou mais precisamente na falta de ordem no culto.
Este fato fez com que fizesse algumas reflexões acerca da aplicação do direito. Onde determinados seres pensando ser "otoridade" e outros que nem poder eclesiástico possui, quer se altear numa seara que não lhe pertence.
É inoportuno procurar os direitos? Quando há o tolhimento do espaço de diálogo no meio evangélico, fica por isto mesmo? Outra questão: O cargo pastoral é de relevância ou de importância secundária? Qual a função dos membros com qualificações no templo?
Esta pergunta nos foi feita esta semana, e tem gente em que o poder deve ter subido a cabeça e nem sentou ainda na gangorra.
O fato é que a falta de sensibilidade no meio evangélico, tem se tornado notório, pelo modo como são priorizadas as ações, sem uma reflexão mais profunda sobre o seu sentido e suas implicações.
Qualquer advogado, e lido com alguns, faz da aplicação da lei uma tarefa à qual criatividade e sensibilidade são dispensáveis. Mas ao mesmo é indispensável o conhecimento da matéria.
Semelhante concepção amplia o campo de visão e se observa que na congregação a postura de alguns, é de engessamento corporativo. Excluir, evitar a concorrência para se manter ou perpetuar-se. Até parecendo que o organismo vivo que é a igreja é sua holding.
Os tais estão além da concepções de justiça, propondo uma dicotomia entre o cidadão e o sócio da corporação eclesiástica. Falo assim, pois a postura insana de alguns, já não me leva a tratar dentro da esfera de
(koinonia), igreja, irmandade e sim do direito constitucional.
Alguns querem botar para quebrar. Percebo até que o inimigo agora é outro, ou seja o próximo e irmão.
Esta interpretação não está desfocada da lei com o entendimento de que o sentido da norma estaria nela implícito. Se cabe ao intérprete da norma aplicá-la aos fatos, que haja transparência estatutária. Onde existe isto? Sempre com a preocupação de ser fiel ao princípio abraçado, entendo não agir e ser a legalidade sem ser legalista.
A Palavra de Deus procura empregar o máximo de efetividade do amor divino, sendo a igreja a sua extensão, procurando acrescer maior intensidade à vigência, sem contudo tecer proposições quanto ao conteúdo desta.
Esta maneira de proceder ortodoxa tem como base a chave hermenêutica interpretativa e tornou-se alvo de críticas, pela oposição que dá legitimidade à injustiça, contrariando assim a própria constituição divina. A constatação que faço é de descompasso entre os marcos históricos e as constantes inovações introduzidas na sociedade e que são copiadas para serem aplicadas no templo.
Assim surgiu a busca pela construção de um novo modelo de hermenêutica, preocupado com justiça e capaz de atualizar a lei divina?
Os doutores da santidade, tem sua peculiaridade e não resistem a um diálogo, usam a força sem esgotar a diplomacia e tem o título de irmão, e de quem por paternidade?
Entendo que surge uma nova compreensão, pela qual o sentido da norma não mais estaria implícito a Bíblia. Os farizeus tomaram o poder, sem a pressão a obediência, já que a lei contém o que existe a sua particular interpretação.
Aprendi que a lei constrói o sentido da norma. Hoje vejo o contrário e alguns de meus amigos se calam diante da aberração. Perderam a capacidade de se indignar e de lutar pelo que é certo, perseguindo um ideal de justiça transcendente à aplicação literal da norma, não sendo conivente com a opressão,mas mantendo uma postura coerente de preservação da lei.
Para tanto exige-se o conhecer da lei divina , tendo capacidade de perceber o contexto atual de uma sociedade com desigualdades e contradições. Isto falta e de maneira generalizada até para tratar a causa e não cometer a mesma insanidade dos clérigos, bem como o conhecimento dos fundamentos teóricos circundantes desta realidade e dos ideários que traçam perspectivas de mudança. Quando a Palavra fala de jactância e de muitos não quererem ser mais do que são, tal reflexo é visualizado no cotidiano. Quanto a mim, não me deixarei abalar e ficarei sempre na contra mão, pois não compactuo com este sistema do mal com pose do bem.

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