PRESIDENTA OU PRESIDENTE?
A senadora do PT Marta Suplicy,com certeza sem ter muita coisa para fazer,resolveu corrigir o ex-Presidente da República e Presidente do Senado,José Sarney. Houve um grande destaque ao fato de a senadora ter repreendido o presidente do Senado, por ter-se referido a Dilma Rousseff como “presidente” e não "presidenta". E no fim da gramática quem estava errada era ela Segue abaixo a explicação do especialista.
Ainda bem que alguém, de categoria, dá uma lição de português na hora em que o povão já começa a empregar uma palavra que, ao que parece, não é de uso correto na língua portuguesa. Recebo de meu bom amigo, o Acadêmico e Poeta Cloves Marques, uma bela aula de português, de acordo com os professores Antonio Oirmes Ferrari, Maria Helena e Rita Pascuale. Transcrevo-a, na íntegra, pois, mais uma vez, meu amigo demonstra os cuidados com a língua portuguesa que tão bem utiliza.
‘Tenho notado, assim como aqueles mais atentos também devem tê-lo feito, que a candidata Dilma Roussef e seus sequazes, pretendem que ela venha a ser a primeira presidenta do Brasil, tal como atesta toda a propaganda política veiculada pelo PT, na mídia.
Presidenta???
Mas, afinal, que palavra é essa totalmente inexistente em nossa língua? Vejamos. No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante. Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ENTE. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade. Assim quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.
Portanto, a pessoa que preside é PRESIDENTE e não ‘presidenta’, independentemente do sexo que tenha. Diz-se capela ardente e não ‘capela ardenta’; diz-se estudante e não ‘estudanta’; diz-se adolescente e não ‘adolescenta’ e diz-se paciente e não ‘pacienta’.
Um bom exemplo seria:
‘A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta.
Esperamos vê-la, algum dia sorridenta, numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras atitudes barbarizantas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta’
Magnífica esta aula de português de professores renomados.
Muito obrigado a Cloves Marques por se mostrar atento às diversas formas com as quais se procuram alterar a nossa língua já tão pobre de autenticidade e tão rica de estrangeirismos.
Apesar da procedência da informação não devo ocultar que os meus três dicionários, o de Caldas Aulete, de 1958, o de Aurélio, da década de 1980 e o de Houaiss, de 2001, assinalam para a palavra presidenta, o seguinte: mulher eleita para presidir um País, e esposa do Presidente. Parece que deveremos nos contentar com as duas formas.
* Reinaldo Oliveira-Membro da Academia Pernambucana de Letras e dos Conselhos de Cultura do Estado e do Município.
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