Valor da propina, segundo as investigações, é de R$ 20 milhões. Instituto Lula disse que não há irregularidades em contas do ex-presidente.
A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
pelo crime de corrupção passiva, por ele ter, segundo as investigações,
usado da influência do mandato que exercia para favorecer um
empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) à empreiteira.
Em troca, de acordo com a PF, a empreiteira pagou propina de R$ 20
milhões a Taiguara Rodrigues, sobrinho de Lula. Segundo a PF, parte da
propina foi também para o ex-presidente.
Taiguara , Marcelo Odebrecht e mais sete executivos da empreiteira foram indiciados por corrupção e lavagem de dinheiro.
O indiciamento teve como base investigações da Operação Janus, que apura irregularidades no financiamento do BNDES
para obras da Odebrecht em Angola. Agora caberá ao Ministério Público
Federal decidir se oferece denúncia sobre o caso à Justiça.
De acordo com as investigações, a empresa da qual Taiguara é sócio, a
Exergia, fechou contrato com a Odebrecht em Angola depois de Lula ter
facilitado o empréstimo junto ao BNDES.
No último dia 20, o juiz Sérgio Moro aceitou denúncia do Ministério Público, o que fez de Lula réu em outro caso, da Operação Lava Jato
– o de propina de R$ 3,7 milhões supostamente pagas ao ex-presidente
por três contratos da empreiteira OAS com a Petrobras. A defesa de Lula
nega e diz que ele foi denunciado por um crime "que jamais praticou".
Instituto Lula nega
Em nota, a assessoria do Instituto Lula informou que a defesa não teve acesso ao documento de indiciamento. Disse ainda que Lula e familiares tiveram as contas "devassadas" mas, segundo o instituto, não foram encontradas irregularidades (veja íntegra da nota ao fim desta reportagem).
Em nota, a assessoria do Instituto Lula informou que a defesa não teve acesso ao documento de indiciamento. Disse ainda que Lula e familiares tiveram as contas "devassadas" mas, segundo o instituto, não foram encontradas irregularidades (veja íntegra da nota ao fim desta reportagem).
"O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sua vida investigada há
40 anos, teve todas as suas contas e de seus familiares devassadas, seu
sigilo bancário, fiscal e telefônico quebrado e não foi encontrada
nenhuma irregularidade. Lula não ocupa mais nenhum cargo público desde
1º de janeiro de 2011, e sempre agiu dentro da lei antes, durante e
depois de ocupar dois mandatos eleitos como presidente da República",
afirmou o Instituto Lula
Na nota, a assessoria do ex-presidente afirma ainda que ele sofre "uma campanha de massacre midiático".
Janus
A Operação Janus é um desdobramento do inquérito aberto em julho de 2015, a pedido da Procuradoria da República no Distrito Federal para apurar suposto tráfico de influência internacional do ex-presidente. Os investigados na operação são suspeitos de terem cometido crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro, informou a assessoria da PF.
A Operação Janus é um desdobramento do inquérito aberto em julho de 2015, a pedido da Procuradoria da República no Distrito Federal para apurar suposto tráfico de influência internacional do ex-presidente. Os investigados na operação são suspeitos de terem cometido crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro, informou a assessoria da PF.
A PF divulgou nota na tarde desta quarta-feira (5) na qual informou que
concluiu o inquérito referente à operação. A PF disse ainda que a
Odebrecht pagou R$ 20 milhões à Exergia "sem a devida prestação dos
serviços de engenharia em empreendimentos de infraestrutura financiados
pelo BNDES em Angola".
PT vê perseguição
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou nesta quarta-feira (5) que o novo indiciamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Polícia Federal comprova "perseguição".
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou nesta quarta-feira (5) que o novo indiciamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Polícia Federal comprova "perseguição".
"Estamos protestando contra isso [...]. É mais uma atitude que compra o
que tenho dito, que há perseguição [...]. A investida contra o
presidente Lula comprova o que temos dito. Em nome do combate à
corrupção, que a população se preocupa, com razão, se faz uma cruzada
seletiva contra o partido e a maior liderança popular do país, passando
por cima dos direitos fundamentais", disse Falcão nesta quarta, após
participar de reunião da Comissão Executiva Nacional do PT, em Brasília.
Nota do Instituto Lula
Leia a íntegra da nota do Instituto Lula:
Leia a íntegra da nota do Instituto Lula:
O ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva tem sua vida investigada há 40 anos, teve
todas as suas contas e de seus familiares devassadas, seu sigilo
bancário, fiscal e telefônico quebrado e não foi encontrada nenhuma
irregularidade. Lula não ocupa mais nenhum cargo público desde 1º de
janeiro de 2011, e sempre agiu dentro da lei antes, durante e depois de
ocupar dois mandatos eleitos como presidente da República.
A defesa do ex-presidente irá analisar o documento da Polícia Federal,
vazado para a imprensa e divulgado com sensacionalismo antes do acesso
da defesa, porque essa prática deixa claro que não são processos sérios
de investigação, e sim uma campanha de massacre midiático para produzir
manchetes na imprensa e tentar destruir a imagem do ex-presidente mais
popular da história do país.
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