"Pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais da maldade nas regiões celestiais." (Efésios 6.12)
Pablo Massolar
Eu já disse (aqui)
o que penso sobre o tema da homossexualidade e os direitos civis das
minorias, sejam elas quais forem, e como este assunto deveria ser
tratado pela igreja. Eu disse "deveria", porque a igreja institucional,
em sua grande maioria, ainda está muito longe do que aprendemos com
Jesus sobre como se deve tratar um irmão que consideramos pecador.
Hoje, antes de
continuar o texto propriamente dito, preciso colocar alguns pingos nos
'is' e fazer uma distinção importante entre as palavras homossexualidade
e homossexualismo.
Homossexualidade
é a condição, seja ela natural ou não, genética ou
cultural/comportamental/espiritual, à propensão, inclinação ou tendência
ao desejo por pessoas do mesmo sexo. Esta afinidade é, na maioria das
vezes, involuntária.
Homossexualismo
é ideologia. É uma crença. É como a opção que se faz por um partido
político, um time de futebol ou escovar os dentes com a torneira fechada
para não desperdiçar a água. É uma decisão consciente e tem a ver mais
com convicções do que com uma tendência nata.
Todos nós somos
testemunhas, atualmente, de uma guerra que ainda não foi declarada de
forma aberta, mas que já se desenrola aos gritos, ofensas, agressões,
ameaças, mentiras e golpes muito baixos. De um lado os ativistas gays e
do outro ativistas pró-família.
Longe de dizer
quem está com a razão ou defender uma postura ou outra. Na minha
opinião, os dois lados já perderam a razão faz tempo. Aliás, talvez,
nunca tenham de fato tido razão em algum momento da história. Desde o
início, começaram seus discursos nos canais, na intenção e na forma
errada.
Dos dois lados a
desculpa é a luta pela liberdade, mas esta própria "liberdade" que se é
pregada está acorrentada numa ideologia, em um "ismo". Seja o
homossexualismo ou o moralismo.
O buraco se
aprofunda quando se descobre que o real interesse dos dois lados desta
batalha não é o ser humano ou a família. O direito de ser o que se é ou
de dizer o que se pensa é apenas a desculpa de um jogo de poder muito
mais sórdido e nojento do que parece ser.
Estamos diante
de uma guerra de marketing e ideologias vazias cujos objetivos
encobertos são: trazer mais votos para cada um dos lados e também
provocar uma "cortina de fumaça" com a intenção maquiavélica de desviar a
atenção da grande massa dos assuntos mais graves e realmente sérios da
nação. Não se trata de "teoria da conspiração", mas estes temas
insuflados pela mídia são intencionalmente alienantes.
Fico triste ao
ver uma "igreja" sem relevância concreta. Nem espiritual nem social. Ela
se garante apenas na bancada política que a representa truculenta e
interesseiramente em Brasília. Não consigo encontrar o Jesus do
Evangelho refletido nas palavras dessa "igreja" ou desses "pastores" que
usam as mesmas armas, as mesmas mentiras, as mesmas ameaças e o mesmo
ódio para combaterem seus inimigos e suas desavenças.
Segundo Paulo, o
apóstolo, "nossas armas não são humanas/carnais, são espirituais e
poderosas em Deus para destruir fortalezas" (2 coríntios 10.4). Jesus
nunca defendeu causas ou ideologias. Nem mesmo o judaísmo recebeu de
Jesus qualquer atenção a favor ou contra. Ele se envolveu com as
pessoas, encarou as suas dores. Curou alguns, libertou outros,
fortaleceu os fracos, tratou os pecadores com amor e respeito. Olhava as
pessoas nos olhos, dizia o que devia ser dito para quem quer que fosse,
grande ou pequeno, sacerdote ou incrédulo e andava nos ambientes mais
estranhos aos puritanos.
Não é uma
questão de "dar a outra face" pacifica, tola e ingenuamente, mas de
testemunhar a Graça e o Perdão que nos alcançam de forma viva,
verdadeira e concreta. Não só através de palavras, mas de andar no
Evangelho consciente e definitivamente até as últimas consequências.
Enquanto o
Verdadeiro Amor, a Fé e a Esperança não forem as únicas "armas" da
Igreja, será difícil ver o mundo ser convencido do Pecado, da Justiça e
do Juízo de Deus com este testemunho.
O Deus que nos chama à Paz o abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente
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