Construção foi interditada em 2004 depois de aparecerem rachaduras. Na
época, 309 famílias precisaram deixar os apartamentos às pressas.
Os proprietários dos apartamentos do Conjunto Beira Mar, na cidade de Paulista,
Região Metropolitana do Recife, estão apreensivos. Um dos prédios,
interditados em 2004 pela Defesa Civil depois de constatadas rachaduras
nas paredes, vai precisar ser demolido. Na ocasião, 309 famílias tiveram
que sair correndo e abandonar pertences, roupas, eletrodomésticos e
móveis. Eles tiveram menos de 24 horas para arrumar a mudança e
encontrar um novo lugar para morar.
O prédio foi construído há 28 anos e, com quase 40 metros de altura, a
estrutura que ameaça desabar assusta os vizinhos. Agora, eles estão com
medo do que possa acontecer caso os edifícios realmente desabem. "Se
esse prédio vem a tombar para o lado esquerdo, os outros cinco prédios
colados vão ser prejudicados. Os moradores, os feirantes que estão
aqui... Existe criança, gente idosa", diz a moradora e presidente da
associação dos moradores, Janete Pereira de Lima.
A Defesa Civil diz que não há outra solução senão pôr abaixo o bloco B1.
"A decisão judicial é para que seja escorado o bloco e que seja feita a
demolição urgente. O juiz deu um prazo de 24 horas para as duas
seguradoras envolvidas efetuarem a decisão judicial", explicou o
secretário de Segurança e Defesa Civil de Paulista.
Nove anos depois de deixar às pressas os apartamentos, alguns ainda
vivem de aluguel. Mesaque Pereira teve que deixar tudo ao lado da esposa
e dos filhos. "Na época, quando saí, pagava R$ 180. Com reajustes, hoje
pago R$ 920 e a ajuda que a seguradora nos dá continua o mesmo, na
faixa de R$ 450", explica ele.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Habitação de Pernambuco
disse que não é responsável pelo pagamento do auxílio-moradia para as
famílias do Conjunto Beira-Mar e não soube informar quem faz esse
pagamento. De acordo com a Assessoria de Imprensa do município de
Paulista, no entanto, quem paga o benefício de R$ 480 é a seguradora
Sulamérica, mas a empresa não enviou resposta ou confirmação sobre o
assunto.
A reportagem do Bom Dia Pernambuco também tentou entrar em contato com a
Caixa Econômica Federal, que não atendeu as ligações. A assessoria de
imprensa mandou apenas uma nota, informando que tem conhecimento de
processos judiciais referentes a problemas na construção do Conjunto
Beira Mar, mas que não tem responsabilidade sobre isso. A assessoria
disse, ainda, que está acompanhando e adotando medidas de acordo com o
processo, mas não detalhou quais medidas.
do G1/PE
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