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04 junho 2016

TRANSPOSIÇÃO DO AMAZONAS SERÁ DEBATIDA NA ASSEMBLEIA


Ideia original do governador do Amazonas, José Melo (Pros), o projeto de Transposição do Rio Amazonas para o semiárido nordestino começa a ganhar aliados na região. Ontem, durante quatro horas, sua concepção foi debatida por políticos, estudiosos e formadores de opinião numa plenária em um hotel na cidade de Taquaritinga do Norte, a 190 km do Recife, por iniciativa do empresário e comunicador Geo Caldas, diretor-presidente da Rádio Farol.
Segundo ele, que fez uma longa exposição sobre a ideia, num segundo encontro já promovido por ele, que recentemente esteve visitando o rio Amazonas e alguns dos seus afluentes, o grande Amazonas joga no Oceano Atlântico em torno de 200 mil metros cúbicos por segundo. Um metro cúbico corresponde a mil litros de água, então em média, são 200 milhões de litros de água doce que o rio despeja no Oceano Atlântico.
Na época de cheia esse volume pode ultrapassar 600 mil metros cúbicos por segundo, segundo ele. Pelo estudo, apenas 1% do volume da vazão poderia abastecer o Nordeste e também o Estado de São Paulo, pela proposta inicialmente feita pelo governador.  “O Amazonas dispõe de uma vazão mil vezes o que necessita o Nordeste. Se fizesse um desvio de água de 1% desses 200 mil m³, para o Rio Amazonas não seria nada, um desvio insignificante, mas que representa quase toda a vazão do Rio São Francisco", afirmou Caldas.
Diferentemente da proposta do governador do Amazonas, que sugeriu a transferência da água na Foz, Geo Caldas sugere que a captação das águas poderia ser feita no trecho do Rio Amazonas que banha o Pará. Para o Nordeste, seria necessário percorrer 1,2 mil km em linha reta. "Com um projeto bem planejado poderia ser possível sim levar água para essas regiões. Seria projeto pioneiro, não tem similar no mundo”, disse ele.
Segundo ainda o comunicador, que deseja levar o próximo debate para o plenário da Assembleia Legislativa, com a intenção de atrair o apoio efetivo da classe política, só a China está fazendo uma transposição parecida, do Himalaia para Região Norte do país. Diferentemente da Transposição do São Francisco, voltado para o abastecimento humano, animal e para irrigação, via recursos públicos, a do Amazonas, segundo Caldas, seria feita pela iniciativa privada, mediante autorização do Governo, e a água para chegar ao consumidor final seria paga.
“A questão de vender a água é um mercado que não existe, vai ser criado. Temos condições naturais de fornecer água para o semiárido inteiro do Nordeste. A retirada do Amazonas em nada afetaria a disponibilidade hídrica da região Norte”, disse o comunicador. “No Amazonas, que visitei, há pouco, temos água na atmosfera, nos rios e no subsolo. A transposição do Amazonas não provocaria também nenhum dano ao meio ambiente”, explicou.
"Eu sou daqueles que entende que a solução do Nordeste passa pelo Amazonas. Temos solos extremamente férteis, mas sem água. A pergunta que deixo para o Brasil é o seguinte: por que não levar água da Foz do Amazonas, que tem em abundância, para o Nordeste, onde há solos abundantes e ricos? Não precisaríamos levar água todo dia. Quando no período de chuvas resolvessem a questão do abastecimento dos reservatórios, a torneira estava fechada. Quando isso não acontecesse, o Amazonas estaria lá para socorrer", afirmou.
A plenária de ontem atraiu um grande público e contou com a presença do prefeito de Taquaritinga do Norte, Evilásio Araújo (PSB), do ex-prefeito Jânio Arruda (PSD) e de várias lideranças da região, principalmente dos municípios mais próximos, além deste blogueiro e do companheiro Adriano Roberto, que divide comigo a bancada do programa Frente a Frente, retransmitido em rede para mais de 40 emissoras no Nordeste. 

do Blog do Magno Martins

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