Diante de
três mortes de ACS e de uma ACE no Município do Paulista-PE, em menos de dois
meses, o processo de saúde do trabalhador e de vigilância em saúde do
trabalhador tem de ser realmente revisto e não só teorizado.
A senil
proposta e que não sai sequer do croqui de “quem cuida do cuidador” onde e
quando será implantada de fato e de direito? Se depender do Conselho Municipal de Saúde, aí que as
teorias multiplicam-se, junto ao (espero que não) mais óbitos, como consta também a inércia do Comitê de
Morte Materna local.
Doenças e
agravos multiplicam-se e nada é feito de fato. Basta observar a falta de prevenção a saúde do trabalhador com olhar humano, e não apenas de
maneira genérica e dentro da cartilha especializada da ST.
A proteção do trabalhador no todo, é esquecida, basta olhar os Agentes de Combate as Endemias e todo um lidar cotidiano com veneno. Trocaram o larvicida depois de anos. E os agravos? Vale a pena a insalubridade, onde o destino é doença?
E quanto aos ACS, o descuido com a proteção solar e como se expor menos aos raios sem EPIs? Tudo isto, discutimos e apresentamos propostas, enquanto conselheiro de saúde. A réplica consistia sempre em orçamento e custos. Quando se vai discutir noutras esferas, não gostam de falar de orçamento e aí a saúde do trabalhador é descaracterizada e politizada. Só que os companheiros que partiram sem assistência, não voltam e não votam mais. Vamos eleger ou reeleger descomprometidos com a nossa causa? Quem será o próximo a receber a coroa de flores? Espero firmemente que nem tão cedo, participemos de outra cerimônia.
A proteção do trabalhador no todo, é esquecida, basta olhar os Agentes de Combate as Endemias e todo um lidar cotidiano com veneno. Trocaram o larvicida depois de anos. E os agravos? Vale a pena a insalubridade, onde o destino é doença?
E quanto aos ACS, o descuido com a proteção solar e como se expor menos aos raios sem EPIs? Tudo isto, discutimos e apresentamos propostas, enquanto conselheiro de saúde. A réplica consistia sempre em orçamento e custos. Quando se vai discutir noutras esferas, não gostam de falar de orçamento e aí a saúde do trabalhador é descaracterizada e politizada. Só que os companheiros que partiram sem assistência, não voltam e não votam mais. Vamos eleger ou reeleger descomprometidos com a nossa causa? Quem será o próximo a receber a coroa de flores? Espero firmemente que nem tão cedo, participemos de outra cerimônia.
O que a gente sabe na prática, é que a saúde do
trabalhador é negligenciada culturalmente pelos atores principais, coadjuvantes
e grande elenco. Ao se falar do SUS tem-se um conjunto de práticas sanitárias,
articuladas, cuja especificidade não está de fato (digo in loco) centrada na
relação da saúde com o ambiente e os processos de trabalho, exceto na
vigilância em saúde, para a melhoria das condições de vida e saúde geral da
população. A prevenção é feita, mas a auto prevenção, passa longe do
trabalhador.
Para se
ter uma idéia, há enorme dificuldade (em boa parte das UBS) onde o Trabalhador
em Saúde e que trabalha diretamente com o médico, (falo especificamente do ACS) manter minimamente uma relação de
atendimento e de feedback nas necessidades básicas. Como que o processo fosse pautado
na seguinte forma, o profissionalismo inibindo o assistencialismo, que vai sendo
protelado até chegar no óbito. Já que uma causa por esforço repetitivo, puxa outra.
Portarias
habilitando cadastros de CNES , repasse
de recursos feito pela RENAST, CEREST e demais siglas em muitos locais,
sequer avaliam o andamento das ações em
Saúde do Trabalhador tendo as singularidades e especificidades que devem ser
observadas. Cada caso estudado é um caso
específico, pois somos únicos. Só que os gestores não vêem assim, pelo
contrário, observam só o bloco de recursos.
Outra
coisa em que serei repetitivo, o processo saúde–doença, requer um olhar próprio
na saúde do trabalhador, pois só em Paulista, por exemplo, quase que se
estabelece processo de doença-morte, como nos demais locais. Não só pelos óbitos e sim pelos
afastamentos e desvios de função. O que se considera como fator determinante da
condição de saúde? Outra coisa não menos importante, quais os agravos que
permitem a intervenção na geração dos mesmos?
Até o
tecnicismo da saúde do trabalhador está absolutamente inerte, calado ou pré inexistente? Perguntar não ofende: Quando foi a
última reunião da Comissão de ST? Quem sabe informar sobre notificação e sub-notificação
dos acidentes de trabalho, que é ainda mais acentuada no caso das doenças profissionais,
pela dificuldade de diagnóstico e de estabelecimento causal?!
Lembro que
enquanto participante do Conselho Municipal de Saúde do Paulista, com objetivo
de melhorar as notificações compulsórias de interesse à saúde do trabalhador, foram
montadas estratégias, formatadas
capacitações para os
profissionais de saúde.
Lembro também que sugerimos prioridade na atenção primária, haja visto na abertura da última
conferência municipal de saúde, o discurso de prevenção foi magnífico. No entanto,
não gostaram dos apartes da minha pessoa (Adalberto Filho) e do companheiro
Alex Nacto, no tocante ao cuidado com os
profissionais Técnicos e dos Agentes Comunitários de Saúde e do controle social
que atuam na rede municipal, bem como do usuário trabalhador e assim melhorar a
atenção, prevenção e notificação. Onde a gestão tentou logo justificar o quase
que injustificável.
Lembrando
que a inclusão da atenção à Saúde do Trabalhador, não é favor e sim atribuição do Sistema Único de Saúde,
estabelecida na Constituição Federal de 1988, fruto da 1ª Conferência Nacional
de Saúde do Trabalhador, realizada em 1986, que determinou a execução de “ações
de saúde do trabalhador”, bem como a colaboração “na proteção do meio
ambiente nele compreendido o do trabalho”.
Assim o
conceito de Saúde do Trabalhador é amplo
e entendido como um conjunto de atividades que se destina, através de ações das
vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental, à promoção e à proteção da
saúde dos trabalhadores, ferramentas que proporcionam um ambiente de trabalho
saudável e seguro, bem como à recuperação e à reabilitação da saúde dos trabalhadores
submetidos aos riscos advindos das condições e processos de trabalho.
O objeto
da mesma é a relação entre o processo saúde-doença-recuperação e o próprio
trabalho, não só incapacidade e óbito.
Finalizo
dizendo que há um programa de Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat) onde considera
o conhecimento dos trabalhadores sobre condições, ambientes e organização do
trabalho.
Aqui ,
alguns entendem que nós teorizamos muito, não há tempo para ouvir, e só quando
querem escutam o que lhe agradam. Até
quando a categoria vai aceitar o que tende mais a se aproximar de escárnio? Qual a
pressão consciente e cabível nas entidades representativas, Comissão de Saúde
do Trabalhador e dos Conselhos Municipal e Estadual de Saúde?
Estou aqui
fazendo o papel de interlocução próprio, cobrando os serviços de saúde e
deflagrando ações, sejam de ordem interdisciplinar e interinstitucional, antes
de ser sindicalista e ACS, sou pessoa, usuário do sistema SUS estando
intimamente relacionado ao processo de trabalho e à saúde. Além disso, constitui
um programa de promoção à saúde dos trabalhadores que traduz os objetivos e
finalidade do SUS. Só que da maneira que vai, vamos enterrar uns aos outros,
colegas e amigos e nada será feito?
Vamos carregar a culpa da negligência, onde nenhum legado satisfatório será desfrutado ainda em vida? Não. Rechaço tal idéia e, novamente temos que voltar as mesas de reuniões não com teorias mirabolantes sem a menor intenção de execução. Proponho a iniciação dos fóruns urgentes e práticos com as categorias da saúde para as deliberações específicas. Tenho dito e aceito sugestões.
Vamos carregar a culpa da negligência, onde nenhum legado satisfatório será desfrutado ainda em vida? Não. Rechaço tal idéia e, novamente temos que voltar as mesas de reuniões não com teorias mirabolantes sem a menor intenção de execução. Proponho a iniciação dos fóruns urgentes e práticos com as categorias da saúde para as deliberações específicas. Tenho dito e aceito sugestões.
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