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19 janeiro 2018

DO MEU OBSERVATÓRIO: MAIS MOLHO AO OBSERVAR O CAOS DO TRANSPORTE NO ESTADO DE NÚMEROS DE GUERRA CIVIL

Na manhã desta Sexta-Feira 19/01 no Recife, mais precisamente na BR 101, próximo a Estação do Barro, aconteceu uma manifestação pouco (em face do volume) representativa do descontentamento da sociedade – ou (ao que vejo) de parte dela – para com o transporte público no Estado de Pernambuco.
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A perspectiva de reajuste na tarifa, traz mais que insatisfação da população, que também se queixa da qualidade dos serviços prestados em todo o país.
Um modelo de transporte público arcaico e desestruturado, principalmente motivado pela falta de gerenciamento de modal, nenhuma utilização dos rios, pela sub-utilização de ônibus, falta de estruturação nos corredores exclusivos para ônibus e bicicletas, além de poucos metrôs e trens. Com a frota de veículos aumentando desenfreadamente e bagunça no trânsito, é o caos diário com altos impostos.
Outro detalhe, consiste que quando nos referimos ao transporte público, não estamos falando somente dos meios utilizados, mas de questões referentes à mobilidade urbana e à infraestrutura do transporte (ou falta dela), como estações, terminais etc.
Por aqui se compreende (ao que tudo indica) que o transporte público está isolado da lógica urbana. Ruas, avenidas, paradas, calçadas, trajetos, sinalização vertical e horizontal onde se concentra a maior parte da população do país. As cidades na ótica do governo, não necessitam de um transporte público amplo e massificado (exceto em época de evento de vulto  internacional ou de barganha, como eleição, olimpíada, copa...) para evitar a ocorrência de ônibus lotados e insuficientes para atender à população. As maquetes, apresentações de projetos executivos, visuais em 6k, são simplesmente translumbrantes, utópicos e só.  Salvo, raras exceções que ainda existe no país e isolado.
De modo geral, o transporte público no Brasil do nordeste ao sul-sudeste é ruim e ineficiente, com passagens caras e ônibus frequentemente lotados, veículos em condições ruins, além do grande tempo de espera nos pontos de ônibus e metrô. Se falar em norte e centro oeste, o problema é muito pior. Isto entrando em cena a parte fluvial, pois tratando-se das pistas, não pode chover e no verão, tem-se a poeira e buracos.
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Na parte sociológica, com a industrialização e subdesenvolvimento tal processo motivou o êxodo rural rápido e descontrolado crescimento das cidades. Entra em cena o preço elevado das terras, dando origem as favelas, invasões e ocupações irregulares de todo o tipo, isso sem falar do contingente populacional em situação de rua.
Para piorar, faltaram ou surrupiados foram, investimentos públicos em infraestrutura, o que gerou áreas muito dependentes das regiões urbanas mais valorizadas.Serviços concentraram-se nos bairros (considerados) nobres e, consequentemente, o emprego também. Assim o trabalhador desloca-se grandes distâncias para trabalhar, estudar ou utilizar serviços públicos e privados de saúde.
Propositalmente, a necessidade de deslocamento não foi acompanhada de uma política de investimentos  que permitisse a sua estruturação. O que é bom ao povo, não é bom ao empresariado. Assim, observa-se nos grandes centros urbanos do país,  grandes massas de trabalhadores deslocando-se através de ônibus lotados em grandes distâncias. 
Aumentaram o sofrer do povo, criando o tal do Terminal Integrado. Reduz-se o percurso do ônibus, aumenta-se obviamente a longevidade do veículo, aumenta a tarifa e margem de lucro. Aumenta também, o estresse do passageiro, cai a produtividade e aumenta os lucros da indústria farmacêutica. Sem falar que fomenta a indústria automotiva e de insumos. Um verdadeiro lobby ou não? Só eu, que sei disso? Dom Helder já dizia: "Tem gente que pensa que o povo não pensa!"
Com mais um provável anúncio de aumento das passagens no estado, a insatisfação da população alavancou-se, culminando nos protestos. De forma geral, poucos, fracos e que a mídia não deu muito destaque. Mais a população carente e que não aceita ser lesada, estava nas ruas, mesmo com o interesse político, também em foco.
Não querem compreender que os problemas de transporte referem-se à lógica urbana, desde a desintegração do horário da escola e do trabalho. Basta copiar o modelo americano, onde os estudantes vão noutro horário para as escolas. Simples assim. Para tanto, sem resolver as questões das cidades e descentralizando-as ainda mais, ampliando a mobilidade e investimentos em infraestrutura, não se tem perspectiva de melhora.
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Atualmente os investimentos seguem na contra mão da lógica. A violência cresce da periferia para a capital, dentro e fora dos ônibus. Começa fora, na parada, sem falar na espera do ônibus, que são poucos e que ficou preso no caos do trânsito. Dentro do veículo, com a tarifa, tem-se ainda abusos as mulheres, estupros, desrespeito aos idosos e número alarmante de assaltos. Mesmo assim, o olhar segue majoritariamente na concentração dos investimentos nos espaços nobres e centrais para turistas apenas ver e só.

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