Dados
levantados pelo Ministério da Saúde em hospitais públicos revelam que o
consumo de álcool é responsável por cerca de 20% dos acidentes de
trânsito no Brasil.
O levantamento apontou que uma em cada cinco vítimas de trânsito
atendidas nos prontos socorros brasileiros haviam ingerido bebida
alcoólica.
O estudo apontou também que 49% das pessoas que sofreram algum tipo
de agressão consumiram bebida alcoólica e que as principais vítimas
dessa violência são homens com idade entre 20 e 39 anos.
Os dados fazem parte de um estudo realizado pelo Ministério da Saúde
em 71 hospitais públicos, que realizaram atendimentos de urgência e
emergência por intermédio do SUS.
Foram ouvidas 47 mil pessoas nas 27 capitais do país, e no Distrito Federal, durante o ano de 2011.
O ministro da Saúde Alexandre Padilha e o ministro
interino das Cidades, Alexandre Cordeiro Macedo, apresentaram esses
números em Brasília na tarde desta terça-feira.
Padilha reforçou a importância de se obter informações qualificadas
em saúde para que as ações de prevenção e de intervenção sejam cada vez
mais eficientes. “Estas informações que apresentamos aqui têm papel
decisivo para que tenhamos, nós e todos os demais órgãos federais,
estaduais e municipais, mais segurança para agir. Também vamos
utilizá-las em nossas campanhas de conscientização de motoristas,
passageiros e pedestres”, ressaltou.
PERFIL DAS VÍTIMAS – O levantamento revela que entre
as pessoas envolvidas em acidentes de trânsito, 22,3% dos condutores,
21,4% dos pedestres e 17,7% dos passageiros apresentavam sinais de
embriaguez ou confirmaram consumo de álcool. Entre os atendimentos por
acidentes, a faixa etária mais prevalente foi a de 20 a 39 anos (39,3%).
As vítimas mais acometidas por agressões estão nessa mesma faixa
etária – 20 a 39 anos – e representam 56% dos casos. Em 2011, 28.352
homens com idade entre 20 a 39 anos foram assassinados e 16.460 perderam
a vida no trânsito, o que corresponde a quase metade de óbitos
registrados nesta faixa etária, 31,5% e 18,3%, respectivamente.
O VIVA também mostra que a proporção do consumo de bebida alcoólica
entre os pacientes homens foi bem superior ao das mulheres: 54,3% dos
homens que sofreram violência e 24,9% dos que sofreram acidente de
trânsito tinham ingerido álcool, enquanto os índices entre as pessoas do
sexo feminino foram de 31,5% e 10,2%, respectivamente.
O ministro em exercício das Cidades destacou que a Lei Seca, em vigor
no país desde 2008, já começa a incitar mudanças significativas, como a
redução de 24% das mortes no período do Carnaval 2013 (comparado ao do
ano anterior). “Temos uma guerra no trânsito e isso tem de acabar.
Fiscalização, legislação efetiva e ações de conscientização são
importantes para termos um trânsito seguro”, destacou Macedo.
VIDA NO TRÂNSITO – Para apoiar estados e municípios a
orientar condutores sobre o risco da combinação entre o álcool e
direção, o Ministério da Saúde desenvolve o Projeto Vida no Trânsito.
As cinco capitais brasileiras que participam do projeto (Curitiba,
Teresina, Belo Horizonte, Campo Grande e Palmas) reduziram, entre 2009 e
2011, o percentual de atendimentos de vítimas de acidentes alcoolizadas
nas emergências dos prontos-socorros.
Uma das ações do projeto Vida no Trânsito é a qualificação dos
sistemas de informação sobre acidentes, feridos e vítimas fatais. Com o
banco de dados atualizado, os gestores de saúde podem identificar os
fatores de risco e os grupos de vítimas mais vulneráveis nos respectivos
municípios, assim como os locais onde o risco de acidente é maior.
Em setembro de 2012, o Ministério autorizou o repasse de R$ 12,8
milhões para os 26 estados, o Distrito Federal, todas as capitais, além
de Guarulhos e Campinas. No total, foram cerca de R$ 25 milhões para as
ações do Projeto Vida no Trânsito.
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