Senador Aécio Neves (PSDB-MG) nega envolvimento em esquema ilícito
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Menos
de 24 horas depois de autorizar a abertura de um inquérito contra o
presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), o ministro do Supremo
Tribunal Federal Gilmar Mendes acatou a argumentação da defesa do tucano
e suspendeu a fase de colheita de provas sobre o envolvimento de Aécio
no esquema de propina ligado a Furnas. Segundo
Gilmar, os advogados de Aécio conseguiram demonstrar que não há
elementos novos que justifiquem a instauração de um inquérito, visto que
os detalhes que constam na delação do ex-senador Delcídio do Amaral
(ex-PT-MS) já eram de conhecimento da Procuradoria-Geral da República.
"A
petição do parlamentar pode demonstrar que a retomada das investigações
ocorreu sem que haja novas provas, em violação ao art. 18 do CPP e à
Súmula 524 do STF", afirma o ministro. Gilmar também
determinou o retorno dos autos ao procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, "para que, à vista da documentação, requeira o que
entender de direito".
O
envolvimento de Aécio no esquema de Furnas havia sido mencionado
anteriormente pelo doleiro Alberto Youssef em delação premiada. Mas, à
época, a menção ao tucano foi arquivada a pedido de Janot, que
considerou que as informações do delator eram insuficientes.
Para
o procurador-geral, no entanto, a delação de Delcídio trouxe elementos
novos e corroboraram fatos narrados por Youssef, o que justificaria a
abertura do inquérito.
Aécio
é investigado por suposto recebimento de propina de empresas
terceirizadas que mantinham contrato com Furnas. As vantagens indevidas
seriam pagas pelas empresas ao ex-diretor da companhia Dimas Toledo, que
as repassava para o tucano.
Na
manifestação de defesa enviada por Aécio a Gilmar, o senador afirma que
o Tribunal de Contas da União realizou auditoria nos contratos de
terceirização da companhia e não constatou indícios de desvio. O tucano
também esclareceu que seu avô e o avô de Dimas Toledo eram
correligionários políticos, o que explica a amizade das famílias.
Em
outra linha da investigação, está a suspeita de que recursos ilícitos
oriundos do esquema fossem lavados no exterior por meio de uma empresa
ligada à irmã de Aécio, bem como pelo envio de valores a uma conta em
Lichtenstein utilizando o serviço de doleiros.
A
defesa de Aécio alega que essa empresa foi aberta em 1993 e encerrou
suas atividades em 1999, e não em 2010, o que faz com que a empresa
estivesse fora de atividade na época em que Aécio é acusado de
participar do esquema de Furnas.
do Blog de Magno Martins
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