Arcebispo de Olinda e Recife disse que é uma perda para o cristianismo.
Companheiro do bispo, Pastor Miguel Uchoa, falou não ter palavras.

Depois de tomarem conhecimento do assassinato do bispo diocesano da Igreja Anglicana do Recife, Robinson Cavalcanti, e de sua esposa, Miriam Cavalcanti, na manhã desta segunda-feira (27), religiosos de Pernambuco lamentaram bastante a morte do casal. O crime aconteceu na noite de domingo (26), no bairro dos Bultrins, em Olinda. A polícia suspeita que o filho adotivo do bispo, que morava nos Estados Unidos há quinze anos, esfaqueou os dois dentro da própria casa. Ele ainda tentou se matar, mas segue internado no Hospital da Restauração (HR), na capital pernambucana
Amigo e companheiro de igreja do bispo Robinson, o pastor Miguel Uchoa falou do que o religioso vai deixar de ensinamento dentro do cristianismo. “O grande legado é a história dele de luta pela ortodoxia na doutrina cristã; são décadas de luta. Sempre acreditou na causa da doutrina evangélica e lutou pelos princípios em defesa da sociedade mais justa. Eu tive privilégio de começar no cristianismo ainda jovem, quando o bispo não era nem pastor. Caminhamos junto nos últimos 30 anos e sempre fomos próximos. Aprendi muito com ele, não tenho palavras que possam explicar”, falou.
O religioso Miguel Uchoa, emocionado, também comentou sobre a importância do bispo e de sua esposa no cenário cristão. “Além de bispo cristão, ele era uma das mentes mais brilhantes que conheci. Era líder, uma memória viva que não existe outra que conheço sobre o protestantismo brasileiro, a nível nacional e internacional. Tudo que aprendi em relação à igreja foi com ele, viajando com ele. Cada viagem era um curso; tenho uma gratidão imensa. Ela [Miriam] era uma pessoa muito boa, uma cristã praticante, que já foi funcionária da Visão Mundial [ONG cristã] por muitos anos”, disse.
Em relação ao filho do casal que é suspeito de cometer o crime, o pastor comentou que as últimas memórias que têm são de quando ele morava no Brasil, antes de viajar aos Estados Unidos. Desde então, não teve mais contato. Miguel Uchoa citou também a importância de Robinson Cavalcanti no cenário político, quando ele participou da coordenação nacional do movimento evangélico dentro da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente em 1989.
O Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, soube da notícia na manhã desta segunda e também comentou sobre o assunto. “Lamentei profundamente. É uma perda para o cristianismo, uma vez que o bispo Robinson era comprometido e também tinha um bom relacionamento com a Igreja Católica. Ele tinha sensibilidade para questões sociais e era preocupado com o povo. Vai fazer muita falta. Lamento que tenha acontecido e esse fato é sintomático do que vivemos. São as drogas levando ao desespero. Não tem palavras para explicar uma situação dessas, só lamentar e rezar por ele e sua esposa e também pelo filho que fez o gesto de violência. Peço a Deus que ele tenha arrependimento e possa merecer o perdão”, disse o arcebispo.
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