A nova medida relacionada com a taxa de juros fez com que Dilma acabasse por modificar regras que seu antecessor desejou mexer, no final de governo, mas desistiu por achar o custo político muito alto – isto é, a presidente demonstra ter mais ousadia e coragem que o ex-presidente. Em 2009, já com Guido Mantega na Fazenda, Lula planejou enviar ao Congresso um projeto que taxava depósitos acima de 50 mil reais com Imposto de Renda. Desistiu, entre outros motivos, para garantir a eleição de Dilma. Desta vez, a avaliação foi de que valia a pena pagar os custos políticos ou eleitorais de uma medida à primeira vista impopular.
Contudo, o governo tomou mais precauções do que de costume. O núcleo econômico fechou a proposta, mas fez o anúncio a partir de encontros em que ouviu políticos, empresários e sindicalistas, além da imprensa. Viu-se, nos últimos dois dias, a presidente tomar mais cuidados do que costuma ter ao escolher seus ministros, trocar líderes ou diretores de estatais: consultou integrantes de governo, chamou líderes aliados, fez um agrado aos sindicatos indicando Brizola Neto como ministro do Trabalho e buscou apoio do empresariado, historicamente crítico dos juros altos.
O ministro da Fazenda trabalhou em outra trincheira: chamou um número pequeno de jornalistas para explicar as medidas, em sinal de que o governo queria evitar a repercussão negativa ou 'desinformada', como classificou outra fonte do governo.
do Blog de Magno Martins
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