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05 julho 2012

COM GREVE, PASSAGEIROS DE JABOATÃO-PE SOFREM PARA CONSEGUIR ÔNIBUS


Paradas estão lotadas e espera é prolongada em bairros da cidade.
Passageiros dizem que nunca viram o metrô tão cheio.

Katherine Coutinho Do G1 PE

Conseguir um ônibus em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, está sendo um desafio na manhã desta quinta-feira (5). Paradas lotadas e espera prolongada. Para aqueles que precisam ir para lugares próximos, onde os micro-ônibus circulam, a espera não é tão grande, mas ainda encontram os pequenos coletivos lotados.
Ônibus que atendem a área de Piedade estão lotados (Foto: Katherine Coutinho / G1) 
Ônibus que atendem a área de Piedade estão lotados (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Pegar um micro-ônibus não serve para a assistente jurídica Sheila Isabel dos Santos. Trabalhando na Avenida Guararapes, no centro do Recife, ela também descartou o metrô e tem esperanças de conseguir ir para o trabalho, o que não conseguiu na quarta (4). "Teve gente demitida da empresa ontem, eu não quero arriscar. O metrô está impossível de entrar, nunca vi tão cheio. Estou há mais de uma hora esperando ônibus e não passa", desabafa Sheila, que mora em Prazeres.
Micro-ônibus são alternativas em Prazeres (Foto: Katherine Coutinho / G1) 
Micro-ônibus são alternativas em Prazeres
(Foto: Katherine Coutinho / G1)

Os ônibus, quando passam, ficam lotados. Em Jardim Piedade, Maria de Lourdes Silva esperou duas horas. Quando o coletivo passou, quase não pôde entrar. "É um absurdo, eles estão prejudicando a vida de quem precisa trabalhar. Já é ruim conseguir ônibus normalmente, assim nem se fala. E ainda tem que ir apertado que nem sardinha", reclama Maria de Lourdes.

O técnico de enfermagem Rilzo Kelles poderia pegar um micro-ônibus, mas optou por esperar. "Uma hora esperando aqui em Prazeres, para ir pro centro de Jaboatão. Os micro são meio perigosos, não gosto, mas acho que vou ter que pegar. Não passa ônibus, quando passa, está escrito 'Garagem'", diz Rilzo.

Barra de Jangada e Piedade
Os moradores de Piedade e Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, costumam reclamar, normalmente, do número de ônibus para ir trabalhar. Com a greve, a situação está ainda mais complicada. Nesta quinta, nos terminais, ainda há quem tenha esperança de conseguir não faltar, pelo segundo dia consecutivo, ao trabalho, mesmo esperando há uma hora ou mais pelo ônibus.
Clemilson Santana sai de Barra de Jangada até a Cidade Universitária (Foto: Katherine Coutinho / G1) 
Clemilson Santana sai de Barra de Jangada até a
Cidade Universitária (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Morando em Barra de Jangada e trabalhando em Dois Irmãos, Edna da Silva não conseguiu ir trabalhar na quarta (4). "Eu cheguei 4h40 aqui, são quase 8h e meu ônibus ainda não passou. Preciso ir trabalhar, as outras linhas não resolvem a minha vida", desabafa Edna.

O servidor público Clemilson Santana prevê a mesma maratona de quarta, em que pegou ônibus, metrô e outro ônibus para chegar de Barra de Jangada até a Universidade Federal de Pernambuco. "Ontem para voltar eu consegui carona até metade do caminho. Se não tivesse pego um alternativo, não tinha conseguido chegar em casa. São eles que estão salvando a vida da gente", conta Clemilson.
No terminal de Piedade, junto ao conjunto habitacional Dom Hélder, a situação também não estava fácil. Maria da Paz dos Santos vende lanches no local há anos e chegou por volta das 4h. "Vi muita gente desistindo. Aqui já tem pouco ônibus, com a greve está ainda mais complicado. As pessoas chegam aqui, até passa o ônibus, mas não conseguem entrar às vezes porque enche", explica Maria da Paz.
Av. Bernardo Vieira de Melo está com paradas cheias (Foto: Katherine Coutinho / G1) 
Av. Bernardo Vieira de Melo está com paradas
cheias (Foto: Katherine Coutinho / G1)

O eletricista Edson Flávio está entre os que não conseguiram um coletivo na quarta e estava quase desistindo mais uma vez. "Aqui já é difícil, já passa do meu horário de pegar e ainda não consegui transporte", diz Flávio. O carteiro Fernando Vidal conseguiu ir para o trabalho na quarta, o problema foi voltar. "Vim em cima do motor, é um absurdo. A gente paga a passagem e tem que vir assim", conta Fernando, que reclama o 'desaparecimento' da linha Piedade - Derby. "Desde ontem, não vejo nem um ônibus sequer dessa linha".
Por todo o bairro, a história se repete nos pontos, principalmente para aqueles que precisam ir para o centro do Recife. Na Avenida Bernardo Vieira de Melo, os pontos de ônibus continuavam cheios às 8h15. "Essa hora eu já costumo estar no trabalho, mas ainda estou aqui. Passou o meu ônibus, mas não consegui pegar, estava lotado", reclama a auxiliar de escritório Maria dos Remédios Silva.




Nota do BAF: Diante do caos temos o litoral norte abandonado, exceto na opinião da EMTU disfarçada, que por força do entendimento do governo do estado, deve ser suprida a demanda de transporte exclusivamente por ônibus. Como a greve continua e não temos metrô, temos que aplaudir as ações do governo do estado por criar alternativas, ou seja enlatado nos ônibus, ou torce por uma carona ou então segue a pé. Afinal, caminhar é saudável e faz bem ao bolso.

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