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03 julho 2012

JADE PEDE QUE CBG REPENSE DECISÃO: 'A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE'


Após ter sido cortada dos Jogos por não ter concordado com termos do contrato, ginasta volta atrás, assina, mas entidade mantém posição

Por Lydia Gismondi Rio de Janeiro
 
Jade Barbosa ainda tem esperança de disputar pela segunda vez os Jogos Olímpicos. Mesmo que a posição da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) pareça irredutível. Nesta terça-feira, no ginásio do Flamengo, a ginasta fez um apelo marcado por lágrimas. Quer que a entidade repense a decisão e a deixe voltar à seleção brasileira.
Ginástica jade barbosa (Foto: Lydia Gismondi / Globoesporte.com) 
Jade Barbosa chora durante a entrevista coletiva (Foto: Lydia Gismondi / Globoesporte.com)

- A esperança é a última que morre. Estou pedindo de coração. É um sonho. O atleta trabalha buscando sonhos, buscando metas. Se a parte burocrática já foi resolvida, o que falta? Eu não estou preparada? Eu digo que estou - disse.
No dia 25 de junho, Jade não se apresentou para treinar com a seleção no CT do Velódromo, no Rio. Dois dias depois, no treino aberto para a imprensa, a CBG afirmou que ela estava fora da equipe. A ginasta não aceitou assinar o termo em que se comprometia a usar os uniformes da entidade, com seus devidos patrocinadores. Eliseth Chagas, sua madrasta, disse que a família não havia recebido nenhum comunicado oficial da entidade sobre o corte. No dia seguinte, Jade recuou. Decidiu assinar o contrato, mas não conseguiu comover os dirigentes. A CBG manteve a posição. Não citou o nome de sua principal ginasta no aviso de entrevista coletiva para anunciar as sete atletas que irão fazer um período de aclimatação na Inglaterra. A lista final para os Jogos contará apenas cinco ginastas.
Nesta terça, Jade disse que nunca se negou a usar o uniforme, mas sim que estava negociando com a CBG algumas cláusulas do contrato. Lembrou que é atleta do Time Rio, que recebeu investimento da prefeitura, do COB  e do Flamengo neste ciclo olímpico e que o investimento feito nela foi grande. 
- Eu resolvi assinar esse contrato justamente porque foi muito investimento, foram muitos anos, muito trabalho, muitos sonhos que não poderiam ser largados por cláusulas contratuais. Então, a gente decidiu que valia a pena. Eu fiz a minha parte, assinei o contrato, eu cedi em vários momentos. Estou aqui disposta a ter qualquer tipo de avaliação. Esse é um sonho, estou me preparando há muito tempo para isso. Agora só cabe à CBG me dar essa oportunidade de participar de uma coisa que eu lutei muito. Quero muito essa oportunidade, quero muito estar nas Olimpíadas. Cláusulas contratuais não podem atrapalhar o esporte no Brasil. Eu fui até onde consegui ir com essa história. Eu venho lutando desde o início do ano, sempre atendi aos telefonemas e respondi aos emails para juntos resolvermos isso. Mas quando vi que estava atrapalhando demais, a gente acabou cedendo. Vi que não tinha mais como. Fui no máximo que eu pude - afirmou Jade, que não quis falar sobre quais seriam essas cláusulas.
Desde o início do ano, os problemas burocráticos também tiraram Jade das competições internacionais.
- Eu me preparei para todas. A gente faz avaliações antes de ir, fazemos simulações de competições aqui dentro. Não competi, mas estava preparada. Cumpri todo o cronograma de planejamento e nunca deixei de treinar. Nesta última semana, mesmo depois de tudo isso, passei noites em claro, mas não deixei de treinar.
 Durante todo o processo, o Flamengo preferiu não interferir. Na ultima semana, a participação do clube foi convesar com a atleta para saber no que puderia ajudar e entregar o contrato assinado para o COB repassá-lo à CBG.
- O COB está nos apoiando. Ele não vai interferir na decisão da CBG, mas como a própria atleta falou, ele investiu, já que ela faz parte de um projeto. Então o COB também não tem nenhum interesse de que ela não esteja nas Olimpíadas. Eles não vão interferir no processo, só vão tentar ajudar dentro do que é coerente para eles - disse a vice de esportes olímpicos da Gávea, Cristina Callou.

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