Um pastor e um discípulo da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo foram condenados pela juíza Ana Luiza Mayon Nogueira, da 20ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, por difundir, por meio da Internet, idéias de discriminação religiosa, ofendendo seguidores de outras religiões.
Tupirani da Hora Lores, o pastor, e Afonso Henrique Alves Lobato, o discípulo, pregavam através de blogs o fim da igreja Assembleia de Deus, além de praticarem intolerância religiosa contra judeus e afirmarem que as outras religiões são seguidoras do diabo e adoradoras do demônio. Eles também associavam a figura de pais de santo a homossexuais, menosprezando ambos.
De acordo com a sentença, em seu interrogatório, Afonso Henrique confirmou que sua religião prega que, como discípulo de Jesus Cristo, deve acusar todos os outros conceitos em geral que são contrários ao Evangelho de Jesus Cristo (…), que não existe pai de santo heterossexual, pois todos são homossexuais; que homossexualismo é possessão demoníaca; que uma pessoa que está possuída pelo demônio não merece confiança; e que discrimina todas as religiões.
Ainda de acordo com a sentença, em nenhum momento os dois tentaram justificar suas condutas. Tupirani foi condenado a duas penas restritivas de direito: prestação de serviço à comunidade e pagamento de dez salários mínimos em favor de uma entidade beneficente. Afonso Henrique foi condenado à prestação de serviço e limitação de fim de semana. Nº do processo: 2009.001.153992-2
Não foi a primeira vez
Em 2008 membros da mesa igreja foram presos após invadir e depredar, na noite desta segunda-feira, o centro espírita Cruz de Oxalá, no Catete, Zona Sul do Rio de Janeiro. Os jovens - três rapazes e uma mulher - entraram aos gritos no templo, insultaram fiéis e quebraram cerca de 30 imagens religiosas, prateleiras e um ventilador. Os quatro foram levados para a delegacia, onde prestaram depoimento, e foram liberados em seguida.
No momento do ataque, aproximadamente 20 pessoas aguardavam a abertura do centro, que mistura conceitos de religiões afro-brasileiras e do Kardecismo. Segundo testemunhas, os vândalos iniciaram a manifestação de intolerância "em nome de Jesus" e acusaram os presentes de "adorar o demônio".
Fica claro que a impunidade neste episódio motivou os intolerantes a seguir com a sua prática.
do Pavablog e JusBrasil
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