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04 agosto 2012

PARA QUEM BUSCA MOBILIDADE URBANA PARA A REGIÃO E PARTICULARMENTE EM PAULISTA VOTA PROFESSOR RINALDO BOLA

PROFESSOR RINALDO BOLA ESCREVE SOBRE MOBILIDADE URBANA EM PAULISTA

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Série: Desafios que Precisamos Enfrentar
 Paulista e a Mobilidade Urbana

 
A Região Metropolitana do Recife – RMR constitui-se hoje, em termos de densidade populacional, na maior metrópole do nordeste brasileiro e a quinta do país, com aproximadamente 1,3 mil habitantes por km2. 
O Recife, cidade-sede da RMR, apesar de ter a maior população da RMR, e semelhante a outras cidades-sede no país (a exceção é o Rio de Janeiro) teve crescimento populacional, na primeira década do século XXI, menor do que a região metropolitana como um todo. Não é difícil entender que isso ocorre em função do crescimento dos municípios periféricos que, via de regra, oferecem um custo de vida menor do que as cidades-sede. Aqui incluem-se custos com moradia.
No entanto, Recife e Jaboatão dos Guararapes ainda concentram as maiores ofertas de emprego, fazendo com que as outras doze cidades da RMR carreguem consigo certo caráter de cidade-dormitório. Decerto que Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho tem ampliado o número de vagas ofertadas e fogem um pouco da característica de cidade dormitório.
Em todo caso, isso gera um problema considerável no deslocamento dessas pessoas de suas residências para o local de trabalho e vice-versa. Implicando num crescimento na demanda por transporte público mais eficiente. Some-se a isso o crescimento econômico observado nos últimos anos, refletindo em um maior poder de compra da população, o consequente aumento da frota de veículos de passeio, e o quase nulo crescimento do número de corredores viários, tem-se o caos estabelecido na RMR.

Seja qual for o ponto da RMR a ser analisado, engarrafamentos são constantes. A situação é tão crítica que vias, que outrora eram expressas, hoje são urbanas e não escapam dos problemas inerentes aos engarrafamentos. O exemplo mais típico é a BR-101, tanto no seu segmento Sul (Cabo de Santo Agostinho), quanto no segmento Norte (Abreu e Lima). O mesmo acontece em Olinda, na PE-15 e no centro do Recife (Av. Agamemnom Magalhães, por exemplo).
Podemos usar alguns números e gráficos para ilustrar esse problema. Os gráficos abaixo indicam claramente que o Recife é o “calcanhar de Aquiles” da mobilidade urbana, uma vez que concentra o número de veículos automotores (55% e, em média, três pessoas por veículo). No entanto, Jaboatão, Olinda e Paulista se apresentam como coadjuvantes importantes nessa problemática, pois juntam tem cerca de 32% dos veículos da RMR e um automóvel para cada 4,3 pessoas, aproximadamente. Ou seja, os quatro municípios detém aproximadamente 86% da frota de veículos da RMR. Em números absolutos, o Recife tem 1,55 milhão de habitantes (42% da RMR) e uma frota de 540 mil veículos (55% da RMR), sendo 340.365 automóveis de passeio, correspondendo a 4,5 pessoas por automóveis de passeio.

1 Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2011/POP2011_DOU.pdf (acessadoem 27.01.2012 as 09:58 h)
 
2 Fonte: http://www.denatran.gov.br/frota.htm (acessado em 27.01.2012 as 10:30 h). Dados referentes à frota de veículos, por tipo e com placa, dez/2011.
Segundo o Plano Nacional de Mobilidade Urbana, municípios com mais de 20 mil habitantes devem dispor de um plano municipal de mobilidade urbana. Em Pernambuco, mais da metade dos municípios tem mais de 20 mil habitantes, mas só Recife elaborou um plano municipal de mobilidade que está em discussão na Câmara de Vereadores. A nossa cidade, que no passado foi um importante pólo industrial, hoje caracteriza-se por ser uma cidade-dormitório e essa caracteriza deve ser cada vez mais forte, em função da
instalação de grandes empreendimentos em Goiana (Hemobrás e FIAT), Cabo e Ipojuca, associado aos empreendimentos imobiliários que se multiplicam em Paulista. Ou seja, nos próximos anos, deveremos ter um crescimento populacional que não terá o mesmo crescimento na oferta de empregos na cidade. Isso implica em mais pessoas se deslocando de nossa cidade para as outras cidades da RMR e vice-versa, complicando

ainda mais nosso trânsito. Em outras palavras: é urgente definirmos um plano municipal de mobilidade urbana, não apenas para atender uma determinação do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, mas para atender uma demanda local que atinge aos munícipes.

Se considerarmos o trânsito dentro de nossa cidade (Paulista), também temos desafios a enfrentar. O transporte alternativo, a frota de táxis, ciclovias (praticamente inexistentes por aqui), a acessibilidade para portadores de necessidades especiais (que vão desde rampas de acesso à sinalização em braile, por exemplo), dentre outros aspectos correlatos.

Construir o plano municipal de mobilidade urbana é dever de toda sociedade, mas deve ser catalisado pela câmara de vereadores, que não pode se furtar de sua tarefa de representante do povo. Eis a questão!

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