Relator do processo do mensalão responde a integrante do STF que o havia criticado
Carolina Brígido, O Globo
O
ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), respondeu
nesta quinta-feira à crítica do ministro Marco Aurélio Mello de que ele
não teria condições de ser presidente da Corte devido aos constantes
bate-bocas protagonizado com os colegas. Barbosa insinuou que Marco
Aurélio não tinha estudado o suficiente para chegar ao cargo, mas se
valido do parentesco com o ex-presidente Fernando Collor, que o nomeou.
-
Ao contrário de quem me ofende momentaneamente, devo toda a minha
ascensão profissional a estudos aprofundados, à submissão múltipla a
inúmeros e diversificados métodos de avaliação acadêmica e profissional.
Jamais me vali ou tirei proveito de relações de natureza familiar -
afirmou.
Foto: O Globo
Barbosa
também disse que Marco Aurélio costuma ser um problema para todos os
presidentes do STF. E ressaltou que obedece às regras de convivência
aprendidas não apenas nos livros, mas na vida.
- Um dos principais
obstáculos a ser enfrentado por qualquer pessoa que ocupe a Presidência
do Supremo Tribunal Federal tem por nome Marco Aurélio Mello. Para
comprová-lo, basta que se consultem alguns dos ocupantes do cargo nos
últimos 10 ou 12 anos. O apego ferrenho que tenho às regras de
convivência democrática e de justiça me vem não apenas da cultura
livresca, mas da experiência concreta da vida cotidiana, da observância
empírica da enorme riqueza que o progresso e a modernidade trouxeram à
sociedade em que vivemos, especialmente nos espaços verdadeiramente
democráticos - disse.
O ministro ainda ressaltou que, quando
ocupar a presidência do STF, a partir de novembro, não tomará decisões
ilegais e “chocantes para a sociedade”, e tampouco fará intervenções
inapropriadas, apenas para se exibir, afirmando que as atitudes eram
típicas de seu desafeto.
- Caso venha a ter a honra de ser eleito
presidente da mais alta Corte de Justiça do nosso país nos próximos
meses, como está previsto nas normas regimentais, estou certo de que de
mim não se terá a expectativa de decisões rocambolescas e chocantes para
a coletividade, de devassas indevidas em setores administrativos, de
tomadas de posição de claro e deliberado confronto para com os poderes
constituídos, de intervenções manifestamente ‘gauche’, de puro
exibicionismo, que parecem ser o forte do meu agressor do momento -
declarou.
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