Técnica de enfermagem é suspeita de ter trocado o frasco do medicamento.
Segundo a polícia, ácido é usado para peeling dermatológico.
A Polícia Civil deve ouvir no início da próxima semana duas técnicas de
enfermagem que teriam entregue a medicação errada para uma enfermeira
do Hospital e Maternidade Nova Vida, em Itapevi, na Grande São Paulo.
Uma menina de 4 anos e um menino de 2 anos tiveram queimaduras graves
após a aplicação de um ácido usado em tratamento dermatológico no lugar
de sedativo.
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A Polícia Civil identificou as duas profissionais responsáveis pelos
erros nesta sexta-feira (28). Elas foram notificadas e deverão depor na
segunda-feira (1º), como informou o SPTV.
Nesta quinta-feira (27), uma enfermeira de 32 anos, que trabalha há
seis no hospital, foi ouvida e admitiu que ministrou errado o
medicamento. Ela informou durante depoimento que a técnica em enfermagem
foi quem pegou o frasco e colocou o remédio na seringa.
“Vamos investigar por que esse medicamento estava na pediatria, ele não
deveria estar lá”, afirmou a delegada Isabel Cristina Ferraz, da
Delegacia de Itapevi. Ainda, de acordo com a delegada, os frascos dos
remédios trocados são parecidos.
O caso da menina foi registrado como lesão corporal culposa, quando não
há intenção de ferir. E, por esse motivo, a pena aplicada não será a
prisão dos culpados. “Parece-me que há uma sucessão de erros. Todos os
responsáveis serão penalizados, desde a pessoa da farmácia que deu o
frasco errado, quem pegou o medicamento e a enfermeira que não conferiu o
remédio antes de aplicá-lo”, afirmou Isabel. O funcionário da farmácia
de manipulação também deverá ser convocado para depor.
A menina que teve queimaduras no rosto e várias partes do corpo, após
cuspir a medicação, já foi liberada do hospital e passa bem. De acordo
com a polícia, o ácido aplicado por engano é usado para fazer peeling
dermatológico.
Já o garoto Bruno Martins Araújo Barbosa, de 2 anos, que também foi
medicado com o ácido no mesmo hospital, continua internado na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora de Lourdes com
disfunção de órgãos. O menino respira com a ajuda de aparelhos e seu
estado de saúde é considerado grave após ter queimaduras internas. A
polícia ainda não identificou quem aplicou o ácido no menino.
"Imagina a criança passa 12 horas em observação, só com soro, em cima
da cama, e eu colocando a máscara de ar pra ele respirar. Imagina o que o
ácido fez dentro da barriga dele?” disse o pai de Bruno, Adriano Araújo
Barbosa.
Em nota, a direção do Hospital Nova Vida afirmou que as crianças foram
bem atendidas e que os médicos prescreveram os remédios corretos para os
quadros clínicos que elas apresentavam. Ainda de acordo com a nota,
depois da suspeita de troca das medicações, ambos os casos são apurados.
O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo informou, em nota, que
se constatada infrações ético-legais envolvendo profissionais de
enfermagem, tomará as medidas cabíveis, que podem resultar até na
cassação do registro do profissional.
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