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28 setembro 2012

FUNCIONÁRIAS DE HOSPITAL IRÃO DEPOR SOBRE CRIANÇA QUE SE QUEIMOU EM SP


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Técnica de enfermagem é suspeita de ter trocado o frasco do medicamento.
Segundo a polícia, ácido é usado para peeling dermatológico.

Tatiana Santiago Do G1 SP

A Polícia Civil deve ouvir no início da próxima semana duas técnicas de enfermagem que teriam entregue a medicação errada para uma enfermeira do Hospital e Maternidade Nova Vida, em Itapevi, na Grande São Paulo. Uma menina de 4 anos e um menino de 2 anos tiveram queimaduras graves após a aplicação de um ácido usado em tratamento dermatológico no lugar de sedativo.
A Polícia Civil identificou as duas profissionais responsáveis pelos erros nesta sexta-feira (28). Elas foram notificadas e deverão depor na segunda-feira (1º), como informou o SPTV.
Nesta quinta-feira (27), uma enfermeira de 32 anos, que trabalha há seis no hospital, foi ouvida e admitiu que ministrou errado o medicamento. Ela informou durante depoimento que a técnica em enfermagem foi quem pegou o frasco e colocou o remédio na seringa.
“Vamos investigar por que esse medicamento estava na pediatria, ele não deveria estar lá”, afirmou a delegada Isabel Cristina Ferraz, da Delegacia de Itapevi. Ainda, de acordo com a delegada, os frascos dos remédios trocados são parecidos.
O caso da menina foi registrado como lesão corporal culposa, quando não há intenção de ferir. E, por esse motivo, a pena aplicada não será a prisão dos culpados. “Parece-me que há uma sucessão de erros. Todos os responsáveis serão penalizados, desde a pessoa da farmácia que deu o frasco errado, quem pegou o medicamento e a enfermeira que não conferiu o remédio antes de aplicá-lo”, afirmou Isabel. O funcionário da farmácia de manipulação também deverá ser convocado para depor.
A menina que teve queimaduras no rosto e várias partes do corpo, após cuspir a medicação, já foi liberada do hospital e passa bem. De acordo com a polícia, o ácido aplicado por engano é usado para fazer peeling dermatológico.
Já o garoto Bruno Martins Araújo Barbosa, de 2 anos, que também foi medicado com o ácido no mesmo hospital, continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora de Lourdes com disfunção de órgãos. O menino respira com a ajuda de aparelhos e seu estado de saúde é considerado grave após ter queimaduras internas. A polícia ainda não identificou quem aplicou o ácido no menino.
"Imagina a criança passa 12 horas em observação, só com soro, em cima da cama, e eu colocando a máscara de ar pra ele respirar. Imagina o que o ácido fez dentro da barriga dele?” disse o pai de Bruno, Adriano Araújo Barbosa.
Em nota, a direção do Hospital Nova Vida afirmou que as crianças foram bem atendidas e que os médicos prescreveram os remédios corretos para os quadros clínicos que elas apresentavam. Ainda de acordo com a nota, depois da suspeita de troca das medicações, ambos os casos são apurados.
O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo informou, em nota, que se constatada infrações ético-legais envolvendo profissionais de enfermagem, tomará as medidas cabíveis, que podem resultar até na cassação do registro do profissional.

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