Pesquisa da Fafire revela que esta é a visão de 95% dos entrevistados.
Estudo também abordou voto obrigatório, guia eleitoral e redes sociais.
Cabelereira Lindomar Santos disse que já 'quebrou a cara'
com promessas políticas (Foto: Luna Markman/ G1)
com promessas políticas (Foto: Luna Markman/ G1)
Em rodas de boteco, nos ônibus, nas ruas, redes sociais, em todo canto
pessoas reclamam que não acreditam nas promessas feitas por políticos em
época de eleições. Essa sensação de descrença geral nos candidatos foi
comprovada por uma pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos do
Macroambiente Empresarial de Pernambuco (Gemepe) da Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire), que revelou o descrédito em quase 95% dos eleitores do Grande Recife.
Nesse item da pesquisa, 39,75% disseram não acreditar em "nada" do que
os políticos dizem durante as campanhas e 55% em "quase nada" do que é
prometido. O estudo de opinião pública foi aplicado entre os dias 4 e 13
de setembro, em dez municípios, e ouviu 753 entrevistados, entre homens
e mulheres de 16 a 60 anos e com renda familiar a partir de um salário
mínimo. A margem de erro é de 3,5%.
O G1 encontrou opiniões semelhantes nas ruas. "Quando eu vejo o guia eleitoral, me sinto sendo enganada. A eleição é neste fim de semana e nem sei ainda em quem eu vou votar. Já acreditei em promessa e 'quebrei a cara' várias vezes", disse a cabelereira Lindomar Santos. "A gente vê a campanha e pensa: "o cara é esse", mas durante o mandato, ele faz o que quer. Eles nunca cumprem as promessas, só perto das eleições começam a fazer obras", falou o separador de câmara fria Valber de Souza.
Voto obrigatório
Outro resultado que chamou a atenção na pesquisa está relacionado à obrigatoriedade do voto. Um percentual significativo dos consultados, 71,31%, defende que o voto não deve ser obrigatório. No entanto, se o direito fosse voluntário, 51% não compareceriam às urnas, o que mostra uma tendência elevada à abstenção.
O G1 encontrou opiniões semelhantes nas ruas. "Quando eu vejo o guia eleitoral, me sinto sendo enganada. A eleição é neste fim de semana e nem sei ainda em quem eu vou votar. Já acreditei em promessa e 'quebrei a cara' várias vezes", disse a cabelereira Lindomar Santos. "A gente vê a campanha e pensa: "o cara é esse", mas durante o mandato, ele faz o que quer. Eles nunca cumprem as promessas, só perto das eleições começam a fazer obras", falou o separador de câmara fria Valber de Souza.
Voto obrigatório
Outro resultado que chamou a atenção na pesquisa está relacionado à obrigatoriedade do voto. Um percentual significativo dos consultados, 71,31%, defende que o voto não deve ser obrigatório. No entanto, se o direito fosse voluntário, 51% não compareceriam às urnas, o que mostra uma tendência elevada à abstenção.
Estudante Fernanda Teixeira acha que voto não devia
ser obrigatório (Foto: Luna Markman/ G1)
ser obrigatório (Foto: Luna Markman/ G1)
Nessa abordagem, o público de faixa etária entre 46 e 60 anos e com
baixo nível de escolaridade entre o ensino fundamental II ou ensino
médio incompleto teria uma tendência maior em não votar caso fosse
facultativo. Já os mais jovens apresentaram uma disposição maior para ir
às urnas, ainda que o voto não fosse obrigatório. Cerca de 34% dos
entrevistados entre 16 e 25 anos responderam que votariam de livre e
espontânea vontade.
"Eu acho que o voto não devia ser obrigatório, porque quando existe pressão para uma coisa ser feita é muito chato. Agora, se fosse facultativo, eu iria votar sim. Acho que a gente tem que escolher alguém para ver se alguma coisa muda", comentou ao G1 a estudante Fernanda Teixeira.
Guia eleitoralA pesquisa da Fafire também abordou o interesse do eleitores do Grande Recife em acompanhar os candidatos por meio dos guias eleitorais e redes sociais. Cerca de 17% dos consultados veem pelo menos "raramente" a propaganda na televisão e rádio, e 46,30% assistem "de vez em quando" ou "sempre".
"Eu acho que o voto não devia ser obrigatório, porque quando existe pressão para uma coisa ser feita é muito chato. Agora, se fosse facultativo, eu iria votar sim. Acho que a gente tem que escolher alguém para ver se alguma coisa muda", comentou ao G1 a estudante Fernanda Teixeira.
Guia eleitoralA pesquisa da Fafire também abordou o interesse do eleitores do Grande Recife em acompanhar os candidatos por meio dos guias eleitorais e redes sociais. Cerca de 17% dos consultados veem pelo menos "raramente" a propaganda na televisão e rádio, e 46,30% assistem "de vez em quando" ou "sempre".
Outros dados da pesquisa | |
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60,87% consideram que o nível dos candidatos continua a mesma coisa em relação à eleição anterior. | |
66,3% acreditam que há políticos que cumprem sua atividade pública de forma adequada. | |
48,48% confessaram que não sabem o que faz um vereador. | |
Fonte: Gemepe, Fafire |
Em se tratando de redes sociais, um percentual significativo da
população, representado por 41,30%, acompanha em algum momento o seu
candidato de preferência pelo Facebook, Twitter ou Youtube. Porém, a
grande parte dos consultados (58,70%) revela que não utiliza as redes
sociais para acompanhar o candidato a prefeito ou vereador.
"Eu só vejo se estiver na frente da televisão e tiver tempo sobrando. Agora, se eu assistir, presto atenção. Não gosto quando eles ficam trocando farpas e acusações. É melhor só apresentar propostas para não confundir a gente", disse ao G1 a vendedora autônoma Terezinha Sales.
Voto consciente
Para o professor Uranilson Carvalho, coordenador técnico do Gemepe e responsável pela pesquisa, o estudo revela sobretudo que a juventude está mais consciente em relação ao voto. A cada dez consultados, sete afirmaram que escolhem os candidatos levando em consideração as melhores propostas para a cidade onde moram. Os entrevistados até 25 anos se mostram mais criteriosos na escolha dos seus futuros representantes políticos.
"Aproveitamos a aproximação das eleições para traçar esse perfil mais aprofundado do eleitor do Grande Recife, tentando transformar o senso comum em dados científicos. Percebemos que há um descrédito e desinteresse geral na política, mas que a juventude está mais cuidadosa. A descrença vai aumentando com a idade, o que é preocupante. Esperamos que essa pesquisa traga reflexões sobre como os moradores pensam sobre a política praticada aqui", explicou Carvalho.
"Eu só vejo se estiver na frente da televisão e tiver tempo sobrando. Agora, se eu assistir, presto atenção. Não gosto quando eles ficam trocando farpas e acusações. É melhor só apresentar propostas para não confundir a gente", disse ao G1 a vendedora autônoma Terezinha Sales.
Voto consciente
Para o professor Uranilson Carvalho, coordenador técnico do Gemepe e responsável pela pesquisa, o estudo revela sobretudo que a juventude está mais consciente em relação ao voto. A cada dez consultados, sete afirmaram que escolhem os candidatos levando em consideração as melhores propostas para a cidade onde moram. Os entrevistados até 25 anos se mostram mais criteriosos na escolha dos seus futuros representantes políticos.
"Aproveitamos a aproximação das eleições para traçar esse perfil mais aprofundado do eleitor do Grande Recife, tentando transformar o senso comum em dados científicos. Percebemos que há um descrédito e desinteresse geral na política, mas que a juventude está mais cuidadosa. A descrença vai aumentando com a idade, o que é preocupante. Esperamos que essa pesquisa traga reflexões sobre como os moradores pensam sobre a política praticada aqui", explicou Carvalho.
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