Rádio A Melhor do Universo

17 abril 2013

ARTIGO: NEM PELA HOMOFOBIA, NEM PELA DITADURA GAY: MAS PELA CELEBRAÇÃO DAS DIFERENÇAS



Por Pastor Altemar Ribeiro*
Todos os grupos, especialmente aqueles que travam batalhas na sociedade em busca da conquista de direitos e privilégios, merecem o respeito dos cidadãos brasileiros e devem ser apoiados tanto pelas instituições, como pelos grupos sociais que prezam pela ampliação do Estado de Direito no país.

Por outro lado, não se pode aplaudir aqueles que, em nome da liberdade e da ampla democracia, se utilizam de meios antidemocráticos e até mesmo carregados de violência e revanchismo para alcançar os seus objetivos. No intento de estabelecer seu direito de falar e de ser ouvido, tentam calar com violência aqueles que se opõem ao seu ponto de vista. Agridem e atacam de forma contundente a todos os que por algum motivo, pensam de maneira diferente, planejando impor a todo custo, seu corolário de idéias, mesmo que para isso, tenham que na contramão do próprio discurso, intimidar, ameaçar e agredir.

É exatamente isso que vem ocorrendo nos últimos dias em nosso país, com a militância de alguns segmentos do movimento gay em confronto direto com a figura do novo presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Federal. Exigem direitos, cobram a ampliação de espaços, buscam voz e vez, mas o fazem com um ímpeto tão exacerbado que suplantam os limites da civilidade e do diálogo produtivo, levando-os a perder a razão e a fazê-los réus do crime que atribuem ao seu adversário (o deputado Marcos Feliciano), que é o de ser intransigente, intolerante, racista e perseguidor dos homossexuais, (o que também parece ser verdade...).

Durante muito tempo houve e ainda há perseguição, discriminação e violência contra os gays e contra suas reivindicações sociais no Brasil, com posturas homofóbicas realmente vergonhosas, que precisam, sem dúvida nenhuma, ser combatidas e mesmo extirpadas da nossa sociedade.

Entretanto, o que alguns setores desse movimento exigem em nosso país é algo realmente desproporcional em todos os sentidos. Propõem uma isenção e um exclusivismo jurídico(Com a PL 122) que jamais qualquer instituição, quer seja de caráter político, ideológico, religioso ou social, sequer imaginou na história. Intentam não apenas ser aceitos, mas aplaudidos; não apenas coexistirem no meio social, mas exercerem a primazia; não apenas desfrutarem da liberdade de vivenciar seu status entre as demais opções, mas o de impor aos outros o seu estilo de vida e o seu comportamento a qualquer custo. Tentam, inclusive, engendrar(através do kit gay) uma pedagogia voltada para o doutrinamento homossexual, sob o pretexto de implantar nas gerações futuras uma mentalidade livre da homofobia, mas que na verdade estabelece uma verdadeira catequese à citada opção, logo nos primeiros anos de vida escolar de nossas crianças.

Numa nação em que as mais respeitadas instituições públicas ou privadas estão abertas às críticas e objeções, na qual, a pluralidade e as diferenças soam como elementos coadjuvantes dos fundamentos da democracia, que cooperam para a rotatividade dos poderes instituídos, acompanhamos com tristeza, a evolução de uma mentalidade reducionista e antidemocrática que vê na livre expressão, uma ameaça e que foge da reflexão, do questionamento, do debate e da crítica.

Um segmento que exige unanimidade, que investe na homogeinização da sociedade, eliminando as diferenças da criação divina e apostando no delírio de uma família de iguais(através do casamento gay), que para subsistir e se perpetuar precisa lançar mão de complicados arranjos genéticos, desprezando a naturalidade da fórmula divina que vem dando certo desde que o mundo é mundo...

Ninguém pode ser discriminado, perseguido ou agredido por optar pela homossexualidade, ou pelo time do coração ou mesmo pela fé que decide adotar. Por outro lado, ninguém pode também, exigir que o outro seja indiciado, julgado e condenado simplesmente porque não aplaudiu, ou afirmou que não acha legal o estilo de vida homossexual, que o time do outro é freguês ou que a religião que o outro está seguindo não lhe satisfaz. Isso é uma questão de consciência, de opinião e de valores.

Vivemos numa nação democrática em que há espaço para todos, desde que aqueles que exigem respeito, ofereçam também respeito aos que não seguem as suas opiniões, condutas ou crenças. Se o movimento gay do Brasil deseja ser respeitado e reivindica a ampliação dos direitos, precisa urgentemente rever a forma como se manifesta, evitando faltar com o respeito para com as demais instituições sociais, a exemplo da frase atribuída ao Dep. Federal Jean Wyllys, representante da Frente Parlamentar LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e travestis) no Congresso Nacional (PSOL-RJ): “A bíblia é uma piada, quem crê nela é palhaço, e as igrejas são uns circos. Pronto falei!”.

O bonito da democracia, é a capacidade que se adquire de conviver com as diferenças, respeitando o ponto de vista do outro e tendo a liberdade de se manifestar favorável ou contrário ao conjunto de valores do outro, sem, contudo, se sentir ameaçado pelo simples fato de alguém dizer que não concorda com aquele pensamento e que é de outra opinião. A história está repleta de episódios lamentáveis de tragédias, violências e verdadeiros massacres promovidos por ideologias e pensamentos exclusivistas, através dos quais um grupo, uma civilização, uma etnia ou até mesmo uma classe social, tenta se sobrepor às demais, levando às últimas conseqüências, o seu sonho megalomaníaco de conquistar a hegemonia e de dominar o mundo...

Que todos os segmentos que lutam por direitos e privilégios em nosso país o façam na perspectiva da alteridade, compreendendo que o Estado de direito se faz na capacidade que cada um desenvolve de conviver com as diferenças e na busca da maturidade que leva o indivíduo a assumir as suas preferências, ciente de que será aplaudido e honrado por alguns, mas questionado e criticado por outros. 

* Pastor Altemar Ribeiro de Oliveira é Bacharel em Teologia, Graduado em História, Especialista em História Geral e lider da Primeira Igreja Evangélica Congregacional de Juazeiro

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