Folha de S. Paulo - Eliane Cantanhêde
Nas
décadas de 1960 e 1970, secundaristas e universitários lutaram
bravamente contra uma ditadura e a favor de utopias sedutoras. Muitos
morreram e foram torturados quase ainda crianças.
Nos
anos 1980, novas gerações lutaram nas ruas pelas 'diretas, já'. E, nos
1990, milhares pintaram a cara pelo impeachment de Collor. Mais do que
demolir um presidente indesejável, sonhavam edificar um país mais justo,
mais decente.
A
década de 2000 passou em branco. Inebriados pelo mito Lula e a miragem
da esquerda pura e ética, os movimentos acomodaram-se e a estudantada
recolheu-se à sala de aula. Utopias e sonhos coletivos cederam às
ambições pessoais. O 'cada um por si' venceu o 'um por todos, todos por
um'.
As
manifestações de agora começaram por 20 centavos a mais na passagem de
ônibus em São Paulo e alastraram-se para Rio, Curitiba, Goiânia,
Teresina e outras capitais. Coincidiram com os tambores de guerra dos
índios e podem ser o fim da longa hibernação, um sinal para os Poderes
da República.
Basta de violência, de desvios, de impunidade. Continue lendo o artigo na íntegra.
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