Eu não vou entrar no mérito da
semântica. O ponto de discussão que hoje
tratamos, foi sobre felicidade. Eu só fiz a provocação em cima do produto da
alienação. Ir a rua atrás de direitos, é fácil? Agora, o que genuíno é complicado, nem tanto quanto defender a teoria do
evangelho reprocessado, produto de alienação. Qual o critério que utilizamos?
A análise triunfalista prevalece?
Estamos acostumados aos contos de felicidade romântica, retirando de cena os
gregos. Os islâmicos e os contos das mil e uma noites? Isto é felicidade? Somos
discípulos de quem? Os cananeus, mesopotâmicos, turcos se adaptam muito bem a
nossa época. Felicidade é que todos querem, mas o conceito
atual propriamente dito, não existe na
Bíblia em nenhum dos seus personagens. Falo pra quem conhece e se encaixa no mistério
de não ser atraído pelo sistema do mal.
O resumo de felicidade, conceituando
os heróis da fé é o antagonismo rigoroso. Antítese explícita. De Adão a Noé. De
Abraão a Moisés. O que dizer da felicidade dos profetas, grandes (Isaías e
Ezequiel) e pequenos (Ozéias, Habacuque)?
O que dizer da felicidade de João
Batista, Jesus, João, Pedro, Paulo. Tiveram que final? Analisando dentro dos
nossos critérios. Qual o critério que se encaixa melhor hoje em dia? O que é
ser feliz? O ocidente é fruto da criação oriental do final feliz. A ironia, é
que ser feliz tem variáveis e no cristianismo contemporâneo, tem-se assim novos
deuses. Os pastores, muitos deles, sofrem de alienação. Os membros, por
conseguinte, sofrem da ilusão da felicidade fantasiosa.
Esta ilusão traz danos, e o que
está escrito, que se prega, que é dogma, não é o absoluto. O real nem sempre é
ideal. Felicidade é ter ânimo, vencer, controlar o destino, ter saúde,
dinheiro? Felicidade é chorar, ser desagradado, contrariado, doença, morte,
fraqueza, o inusitado e diferente.
Felicidade é não ser amado. Agora parte da felicidade é perdão, sem emoção ou bem estar.
Felicidade não é a harmonia do natal. Felicidade é milagre na natureza
própria. Felicidade é conseguir se comunicar bem com Deus, sem a utopia que se
prega na maioria dos púlpitos. Parece a ilha de caras. Isto é felicidade?
A felicidade do sonho idiota, a
foto para publicar, compartilhar, exibir um pra sempre questionável, sem dia
seguinte ou ontem. A felicidade flui com a vida, esta continuamente com base, frustrações, amarguras e dores.
Hoje em dia, o que a gente mais
observa é o cinismo. Falta de identidade Tem-se mais caricatura do que modelos.
A receita de felicidade absoluta pregada, corrompe o caráter, pois o
estelionato é gritante. A falta de honestidade existencial é tão fantasiosa
quanto desastrosa. Basta observar o número de depressivos e de quantos utilizam
remédios controlados para dormir. Só como exemplo. O salmista fala do sono, e o
texto remete a idéia de ataraxia.
A dialética psicológica, faz
pensar em um monte de coisas surreais. Partindo do princípio que o evangelho é
fé. Algo está terminantemente errado. O que a gente mais observa nos encontros,
flashes, registros. Registra-se o momento de felicidade através do sorriso, mas
não se vive junto o sorriso. Isto é felicidade? No dia seguinte, analisa-se a
foto, deu ibope. Valeu a pena e depois é descarte.
Hoje os seres mais felizes dos
templos fazem marketing multinível. A sede de conquista é voluptuosa. São
felizes? Não sou juiz. Em contrapartida, os templos estão sofrendo reforma geral,
só que material e não espiritual. O conforto, prazer são essenciais do que
sofrer. Jesus desceu, sofreu, morreu, mas o ensino é de gozar, cantar,
conquistar.
Eu já fui enganado. Desenganado,
entrei na UTI onde o antídoto me libertou através da Escritura. Jesus diz o que
é felicidade. As bem aventuranças, relatam e com riqueza de detalhes. Ou seja: a felicidade não é o exterior e sim caminho
no interior da gente. Eu lembro do trovejar triunfalista do púlpito, do medo,
da minha cegueira e surdez. A felicidade é simples, aprendizado constante, os
dispostos a serem ensináveis, os humildes de espírito.
Felicidade é chorar, se sensibilizar
com a dor do outro. Felicidade é poder enxergar o grande arsenal que dispomos e
a cegueira alheia. Felicidade é não ser insensível, é ser manso e ter alto
controle sem construção de mundo fantasioso e ao mesmo tempo paralelo.
Felicidade é ser simples, visão e
mãos limpas, linguagem erudita e atos lícitos. Felicidade é aborrecer a mentira
e a fofoca. Felicidade é promover a paz, construindo pontes entre amigos e
inimigos. Felicidade é não guardar ira. Felicidade é amar sem acepção, não
julgar e sim advogar.
Felicidade é fuga da aparência
dos lobos e do teatro, é o olhar definido e ter decisão pessoal. Felicidade, não é o que o
dicionário diz ou os poetas e teólogos, e sim o que Jesus diz através da
Escritura nunca perde o essencial. Abatido,
nunca derrotado, com consciência grata
dentro de si. Portanto, felicidade real, dentro da ótica humana ocidental está
em oposição ao que Cristo diz.
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