Os Estados Unidos são responsáveis pela produção da maior parte da
teologia consumida e ensinada no mundo todo. Desde os movimentos
missionários dos séculos 19 e 20, que levaram o evangelho por todo o
mundo, até as mais novas heresias e modismos do mundo gospel. Segundo o
site da revista pentecostal Charisma, um movimento novo tem preocupado
pastores e líderes americanos, pois está se espalhando rapidamente por
outros países. Chamado de “Hipergraça”, seus ensinamentos se baseiam em
uma visão de que Deus não pune ninguém. Provavelmente influenciados pela
exigência quase onipresente para que as pessoas sejam “politicamente
corretas”, muitos de seus ensinamentos confrontam diretamente a Bíblia. Para
os críticos, o movimento é uma “evolução” de uma igreja que nas últimas
décadas tem presenciado um declínio na doutrina e pregação bíblica.
Paulatinamente, a teologia da lugar à terapia motivacional nos púlpitos.
De outro lado, a busca pela prosperidade minou alguns dos fundamentos
onde o cristianismo se sustentou por séculos.
Com isso, muitas igrejas e pregadores se recusam a combater o pecado.
Raramente se menciona a necessidade de arrependimento ou nem se fala
sobre temas como inferno e julgamento. Muitas dessas igrejas permitem
que seus líderes vivam sem se preocupar em prestar contas, mesmo que
claramente estejam distantes do que se esperaria deles. O movimento da
Hipergraça seria uma versão atualizada da antiga heresia conhecida como
antinomianismo (em grego, anti significa “contra” e nomos , “lei”).
Trata-se da crença que a lei moral do Antigo Testamento foi totalmente
abolida. Como vivemos depois da vinda de Cristo, podemos viver do jeito
que queremos, pois já não estamos debaixo da Lei, mas debaixo da graça.
Assim, resta ler o Antigo Testamento apenas metáforas, tipos e símbolos
sobre a vinda de Cristo. O Novo Testamento acaba com a Lei do Antigo
Testamento, por isso tudo é graça! Ideias como palavras proféticas,
busca pelo Espírito Santo, batalha espiritual, ou ouvir a voz de Deus
são propositalmente ignoradas e muitas vezes ridicularizadas. Para os
teólogos e pastores que estão alertando sobre esse movimento, ele pode
colocar em risco o futuro do cristianismo e enganar milhares de pessoas.
Obviamente os líderes que integram esse movimento não admitirão que
pertencem a ele. Afinal, não se trata de um movimento organizado, mas
sua existência e influência tem crescido através de literatura cristã
que enfatiza o sucesso pessoal e eclesiástico. Possivelmente não usam o
termo e dirão que chegaram a essas conclusões sozinhos. Com certeza a
Bíblia fala sobre graça, mas aparentemente essas pessoas não leram ou
convenientemente esqueceram de textos como Romanos 6: 1-2 “Que diremos
então? Continuaremos pecando para que a graça aumente? De maneira
nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar
vivendo nele?”.
Contudo, o teólogo Joseph Mattera listou os 8 sinais mais claros de que uma igreja está seguindo a “Hipergraça”:
1. Os pregadores nunca falam contra o pecado
Se você estiver em uma igreja como esta, irá notar que a palavra
“pecado” normalmente só é mencionada no contexto do perdão dos pecados
em Cristo. Por vezes, recrimina-se as pessoas que ousam insistir no
assunto, classificando-as de “legalistas” e “fariseus”.
2. O pastor nunca toma uma posição firme sobre a santidade
Na tentativa de atrair mais pessoas, tudo é feito para tornar os
cultos mais agradáveis, em especial o sermão. Os ministros não tomam
posição pública, nem ensinam os membros, sobre questões que estão na
ordem do dia como aborto, homossexualidade, legalização das drogas, ou
qualquer coisa que possa confrontar o público presente. Ignora-se
qualquer tentativa de se estabelecer ou cobrar dos membros os parâmetros
para uma vida de santidade.
3. O Antigo Testamento é quase totalmente ignorado
Nessas igrejas, o Antigo Testamento é tratado como um registro que
não tem valor real com nosso estilo de vida moderno. Convenientemente,
não se menciona os Dez Mandamentos nem as porções bíblicas onde Deus é
mostrado como juiz.
4. Os líderes são autorizados a ensinar e pregar mesmo vivendo abertamente em pecado
Se não há mais condenação, pecados como imoralidade sexual, ganância e
embriaguez são tolerados. Seja para membros comuns ou pessoas em
posição de liderança, isso não é “importante”, pois não refletiria o
amor ao próximo e respeito pelas suas escolhas.
5. As mensagens muitas vezes se voltam contra a “igreja institucional”
Os pastores que adotaram a hipergraça constantemente se voltam contra
as igrejas mais “conservadoras”, pois acreditam que sua mensagem não é
mais relevante para a cultura de hoje. Além disso, esses
“fundamentalistas” apenas colaboram para que as pessoas em geral tenham
uma má impressão dos evangélicos.
6. Os pastores pregam contra o dízimo
A hipergraça não estimulas as pessoas a lerem a Bíblia e chegarem às
suas próprias conclusões, mas se preocupa em dizer no que elas não podem
acreditar. Embora falem sobre ofertas e anunciem as necessidades
financeiras da igreja, os pastores defendem que o dízimo é mais uma lei
que foi abolida em Cristo. Portanto, cada membro pode decidir se deseja
ou não se envolver financeiramente.
7. Os pastores pregam apenas mensagens motivacionais positivas
Dos púlpitos dessas igrejas ecoam apenas mensagens positivas sobre
saúde, riqueza, prosperidade, o amor de Deus, o perdão de Deus e como se
obter sucesso na vida. Não há preocupação nem interesse de se anunciar
“todo o conselho de Deus”, nem estimular trabalhos evangelísticos ou
missionários que exijam arrependimento e mudança de vida. Não se
menciona a existência do diabo ou de seus anjos. Deus ama a todos e
cuida para que nenhum mal chegue perto deles.
8. Os membros da igreja não precisam temer nenhum tipo de reprimenda da liderança
Os participantes de uma igreja da hipergraça serão convencidos que,
por causa da forte ênfase na graça, tudo é permitido. Ou seja, nenhuma
mudança real se espera deles, apenas que frequentem os cultos e sejam
“pessoas melhores e mais felizes”.