O texto de Levitico 10:1-3, retrata um quadro substancialmente rico. O texto é forte, e traz a questão da avaliação do que é válido no culto. Os filhos de Arão, eram levitas, separados por Deus e não paraquedistas, como muitos hoje em dia. Contudo, creio que eles faziam uma análise legalista do cargo. Eram sacerdotes, como nós de certa forma somos, e entendiam que qualquer tipo de fogo poderia ser aceito por Deus?!. Afinal, fogo é fogo e incenso para trazer diante de Deus, não seria uma tarefa difícil. Hoje a liturgia, a adoração, o sacerdócio, parece que é feita de qualquer jeito. Eles pegam os incensários, os seus incensos, e fogo dedicado a Deus, mas entendem que é qualquer fogo. Eles esqueceram, como muitos hoje em dia, que o momento de celebração, no momento da bênção e manifestação da glória de Deus diante do povo. Eles tentaram aparecer, acrescentar algo a glória de Deus diante do povo, e os dois caíram mortos, torrados, diante do pai, tio e o povo. Tem gente que não acha relevante a santificação. O culto, hoje em dia é uma festa, as vezes desprovido do mínimo de coerência, de ética social e não falo nem da parte espiritual. A evocação a liderança e a exaltação a denominação são maiores do que o objetivo do culto.
Por sinal, a
qualidade musical muito ruim e o louvor bem como a homilia sem exegese
cristocêntrica, passa a ser normal. A questão da espiritualidade
aceitável é pateticamente relevada a um patamar inferior.
Sistematicamente, em muitos locais, não se sabe o que é válido diante
de Deus. Os ilustres, se acham. Entendem que qualquer coisa oferecida
para Deus é oferta aceitável. Tipo de culto da época de Caim, Malaquias e
nos nossos dias. A nossa sorte, é que a visitação de Deus acontece
intermediada pela graça. Ou seja, há um aviso, este vem sendo rejeitado.
A disposição ao nosso favor do advogado justo e fiel e o sangue da
aliança. Resumo da história, depois da santificação do sacerdócio, vem a
bênção ou glória de Deus, para haver fogo e queimar o holocausto. Acho
muito estranho, que hoje em dia, temas como justificação, santificação,
novo nascimento estão ausentes dos altares e púlpitos. Será a
contaminação? A culpa está estampada e aprendemos que deve ser remida.
Mas há uma falsa liderança, que inventa uma espiritualidade. São
mecânicos, hipócritas, midiáticos. Se apresentam sem graça, e o espaço
destes, aumenta a cada dia. A rejeição divina é colocada em segundo
plano. As sutilezas, os presentes, as bajulações são mais importantes.
Os ritos são desnecessários, diante e para Deus. Já para o povo, ou do
altar do homem, engana com encenação ou técnica. Não queima a nossa
alma, ou ao menos de quem tem discernimento. A glória de Deus no texto,
termina com juízo. E o pior, o modelo de culto espiritual de Nadabe e
Abiu estão se espalhando no meio de várias denominações. A independência
de Deus é o modelo. A realidade é que o fogo vai debaixo para cima,
artificial, encenado, teatral, aprendido que não queima ou impacta
mesmo.
O ensino bíblico diz que o fogo só pode ser aceito fora do
arraial ou portão. O fogo só tem valor se Jesus acender. Como a gente,
não tem nada para fazer, produzir satisfação em Deus, senão por Jesus.
Esta ordem não se inverte, não pode ser também aceita. A espiritualidade
sem cordeiro imolado, é falsa. Estética, ética, homilética, impressiona
o público, mas não atrai o fogo. Outra coisa, sem cruz, não tem fogo. O
evangelho em muitos locais, a pregação fala de tudo, principalmente
de prosperidade. Tem muita gente que leva tombo, interpretado como
poder, e não passa de rito.
As heresias avançam, as indulgências
multiplicam-se e o holocausto? Tudo que envolva céu, nos moldes
ortodoxos, estão sendo esquecidos. Nadabe e Abiu, agora são modelos de
liderança espiritual. O evangelho que atualmente, alguns pregam, é
outro. Estranho, desconectado da cruz e do céu. O fogo cai com sangue
derramado. O pentecostes só acontece depois do sangue derramado. A
sequência natural, não se inverte. A detecção de palhaçadas, é entendida
como mistério e poder. Falta reverência e relevância. Pirotecnia, show,
tenta trazer o sagrado. Não vamos nos enganar. Discernir a palavra de
Deus é a nossa responsabilidade, para que a gente não caia na ilusão.
Deus não se impressiona, Ele impressiona.
da Igreja Apostólica Ortodoxa- Conv. Paulista-PE
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