Rádio A Melhor do Universo

07 setembro 2013

GOLPISMO: A FARSA DO VOTO ABERTO


JÂNIO DE FREITAS
 Todo mundo, ou quase, caiu no golpe do fim do voto aberto, aplicado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves. Se fosse mesmo para acabar com o voto secreto no que interessa, está em uma de suas gavetas o projeto já aprovado pelo Senado, que impõe o voto aberto nos casos de possível cassação de mandato.
Caso lhe parecesse necessário derrubar todas as exigências atuais de voto secreto, a Henrique Alves bastaria providenciar um projeto a acrescentar-se, daqui a pouco, à medida parcial originada do Senado. A solução que adotou é a mais demorada. E problemática. Duas condições que o experiente Henrique Alves já sabia muito antes de empurrar a Câmara à 'votação unânime' para limpar-se um pouco do seu merecido conceito.
Os senadores que reagem ao projeto aprovado pela Câmara têm motivos merecedores de discussão. O voto secreto foi posto na Constituição para proteger os congressistas de determinadas possibilidades de represálias. Votos negativos, por exemplo, nas sabatinas de indicados a procurador-geral da República. Alguns dos sigilos desejados pelos senadores, como na permanência ou derrubada dos vetos presidenciais a aprovações parlamentares, são muito discutíveis. Mas, sem dúvida, o que a Câmara fez, induzida por Henrique Alves, foi só um golpe baixo.
E como tal deve ser tratado, não como uma correção da Câmara arrependida.

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