Nove
dias depois da prisão de dez vereadores de Caruaru, acusados de cobrar
“pagamento” para votar a favor de projetos da Prefeitura, o delegado
responsável pela investigação, Erick Lessa, apontou três parlamentares
como os cabeças do esquema. O resultado da Operação Ponto Final foi
apresentado durante entrevista coletiva, em Caruaru. “Com os indícios de
provas coletados, percebemos claramente que, pelo menos, a partir do
dia 5 de dezembro deste ano, Cecílio Pedro (PTB) e Sivaldo Oliveira (PP)
são os líderes da organização criminosa por parte da situação, enquanto
que Joseval Lima Bezerra, o Val (DEM), comandava o esquema por parte da
oposição. Eles coordenavam o esquema, designavam pessoas para
determinadas coisas, eles eram os mentores da organização”, declarou
Lessa.
Segundo
o delegado, existem provas contundentes para incriminar os dez
vereadores envolvidos. Ele chegou a mencionar penas de até 56 anos de
reclusão, em caso de condenação. “Temos 360 horas de interceptação
telefônica, 360 horas de interceptação ambiental, com imagens de vídeo e
áudio, e 36 horas de escuta ambiental, onde foi possível identificar
três tipos de crimes: concussão, corrupção passiva e organização
criminosa”, declarou. Ainda de acordo com a Polícia Civil, além de
quantias em dinheiro, os parlamentares exigiam favores e serviços
políticos.
Um
dos parlamentares, o Jadiel Nascimento (PROS), conhecido por Pastor
Jadiel, tentou a Delação Premiada. Segundo a polícia, ele afirmou que
recebeu R$ 30 mil de dois vereadores, que não tiveram os nomes
revelados. O vereador Eduardo Cantarelli (PSB) foi apontado como o
articulador do esquema. “Ele articulava, através de ligações
telefônicas, várias negociatas. Muitas provas temos contra ele”, relatou
Lessa.
Além
do material coletado, foram colhidos 37 depoimentos, sendo eles do
prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT); do vice-prefeito Jorge Gomes
(PSB; secretários municipais e todos os 23 vereadores do município.
Durante a operação, dois parlamentares foram presos em flagrante por
posse de arma de fogo. Na residência de Val foram apreendidos um revóver
calibre 38, uma espingarda 32 e outra 12 – ambas com o cano serrado -,
um rifle 38 e munições, também na residência do vereador Cecílio Pedro
(PTB) os policiais encontraram um revólver 38 e munições. Os dez
envolvidos no esquema foram presos no dia 18, mas nesta semana
conseguiram habeas corpus e estão respondendo o processo em liberdade.
Folha de Pernambuco
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