Está chegando mais um fim de ano, e o que temos de fato a comemorar? Falo do ponto em que no nosso país, o privilégio é entendido quase como norma.
Qualquer pessoa bem antenada, sabe que a concessão de privilégios e o tratamento diferenciado, entra na seara da excepcionalidade, por aqui é regra. O cotidiano da economia e da política não se diferencia em nada, e infelizmente até em quase totalidade dos partidos.
Um bom exemplo é que o cidadão assalariado associa sempre privilégios a classe de políticos e altos funcionários e empresários.
Contudo, são os mesmos, que elogiam os tempos da ditadura. Pergunto: Nos governos militares, não existia privilégios? Claro que sim. Depois, entendo que houve uma democratização dos privilégios.
Um bom exemplo: Desoneração para cultura, livros, meia entrada no cinema, significa o que? Na semântica, vamos utilizar o termo concessão de benefícios.
Que tal ampliar a discussão e falar de tarifa zero no transporte para estudantes; cota para negros na faculdade e concursos.
Que tal falar de deveres concretos e direitos abstratos, vamos falar de cultura para o povo que tem os seus direitos tolhidos dentro da própria moradia, tendo ruas e/ou vielas com esgoto a céu aberto.
Vamos falar de cultura; livro, vamos distribuir muitos livros, para quem não tem casa, não tem parede, não tem estante, não tem chão. Vitimas da enchente há cinco anos atrás. Só para constar: o Japão já recuperou a infraestrutura local do caos.
Vamos falar de direitos humanos, onde senador, deputado, utiliza jatinho da FAB para implante de cabelo, cerimônia de casamento, assistir partida de futebol....Onde por outro lado, o cidadão não tem medicação para doença rara (mas o país paga por satélite R$160 Mi que explode, sem seguro) ainda falta leito, médico, UTI, trabalho, respeito, segurança, educação, moradia, saneamento e tem de interagir e/ou democraticamente convocado a votar.
Direitos humanos, que tal o tema, começando por morte de preto e pobre adolescente e homossexual. Que tal a violência contra as mulheres com dados mascarados. Que tal a concessão de privilégios no presídio. A papuda é um bom exemplo ou não? E quantos presos injustamente? Quantos médicos para atender Genoino? Quantos empregos para Dirceu? Quantos privilégios para ex presidentes?
Que tal encarar a pobreza e fome, violações inaceitáveis aos direitos. Há um barraco, dois três, trezentos... que não existe água encanada, banheiro esgoto. Há um descontrole histórico e enriquecer meteórico que se contrapõe a foto.
A lógica ilógica, falta de transparência na definição dos custos das políticas públicas. Grupos de pressão existem, mas sem uma sociedade educada, que quer ter direito e não vislumbra as próprias autoridades exercerem o dever?
Entendo que isso vai muito além de grupo de pressão, onde há indícios de cooptação pelo próprio governo.
Tudo que se quer é transparência, e não se consegue sequer no Bolsa família. Tenta entender a explicação simples de um orçamento de uma pequena secretaria municipal? São tantos dados cruzados, subsídios, complexidade, tecnicismos que você fica engessado.
Assim acontecem as tradicionais falcatruas, pois até a auditoria, os direitos foram cerceados, mortos e enterrados.
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