Tal criador, tal criatura.
Lula negou mais de três
vezes que soubesse do esquema de compra de votos de deputados federais
para aprovar no Congresso projetos de interesse do governo. Batizou-se o
escândalo de mensalão.
Dilma já negou pelo menos uma vez que
soubesse do desvio recursos da Petrobras para financiar campanhas de
políticos da base de apoio ao governo. O escândalo recém-descoberto
ainda não tem nome.
O mensalão quase derrubou Lula, que sobreviveu a ele com a ajuda até de parte da oposição. O PSDB, por exemplo.
É
cedo para apostar que o escândalo da Petrobras abalará Dilma. Ninguém
nega sua honestidade pessoal. Nada apareceu contra ela até aqui. O
difícil é acreditar que ela desconhecesse por completo o que estava em
curso sob seu nariz.
Enquanto se roubou na Petrobras, Dilma foi
ministra das Minas e Energia - ou seja: respondeu pelo ministério ao
qual a Petrobras estava subordinada. Foi presidente do Conselho de
Administração da Petrobras. E é presidente da República.
É tal a
paixão dela pela Petrobras que é inconcebível que tenha sido feita de
boba. De resto, onde fica a gestora que Lula apresentou ao país em 2010
como melhor gestora do que ele?
Por mais boa vontade que se possa
ter com Dilma, que se deva ter com uma pessoa que transpira seriedade,
sinto muito, mas na melhor das hipóteses ela foi negligente. Inocente,
portanto, não é.
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