Julio
Severo
Com intensa mobilização, grupos pró-vida e pais e mães
estão lutando contra leis municipais que impõem a ideologia de gênero nas
escolas. Um dos melhores alertas foi dado pelo Dr.
Zenóbio Fonseca, num vídeo pessoal em sua página de Facebook.
A doutrinação de gênero não é um processo que vai
começar com essa aprovação. É, na verdade, um processo que vem de muito longe,
atrelado a um movimento internacional muito bem financiado que visa implantar e
expandir a educação sexual, primeiramente de modo “informal” e depois de modo
formal.
Em 1992 participei de um congresso internacional sobre
essas questões, onde havia representantes de entidades brasileiras e
internacionais, inclusive da ONU. A meta era uma frente ampla que incluía a
ONU, o governo do Brasil e ONGs (organizações não governamentais) para alcançar
professores e alunos com materiais que foram essencialmente o alicerce da atual
onda de doutrinação de gênero no Brasil. Tudo começou na educação sexual.
Em escolas públicas e particulares da cidade de São
Paulo, essas ONGs, com financiamento e know-how de entidades americanas,
influenciaram, desde o início da década de 1990, gerações de professores e
alunos.
Havia, pois, um relacionamento ”informal” entre essas
entidades imorais e as escolas de São Paulo. Possivelmente, outras cidades do
Brasil estavam tendo a mesma experiência.
Então, na década de 1990 as ideias de gênero já
estavam, através de ONGs brasileiras financiadas e orientadas por ONGs dos EUA,
chegando até os professores num proselitismo ideológico que visava
transformá-los em agentes de mudança para os alunos sob sua influência nas
salas de aula.
Essas ideias acabaram se tornando política oficial do
governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Na sua presidência, os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs), publicados pelo Ministério da Educação (MEC),
deram destaque, pela primeira vez de forma oficial nas políticas federais de
educação, às questões de gênero.
Entre muitas outras questões polêmicas, os PCNs, de
implantação obrigatória nas escolas do Brasil, disseram:
O trabalho com Orientação Sexual supõe refletir sobre
e se contrapor aos estereótipos de gênero… Implica, portanto, colocar-se contra
as discriminações associadas a expressões da sexualidade, como a atração homo
ou bissexual, e aos profissionais do sexo.
O conceito de gênero diz respeito ao conjunto das
representações sociais e culturais construídas a partir da diferença biológica
dos sexos. O uso desse conceito permite abandonar a explicação da natureza como
a responsável pela grande diferença existente entre os comportamentos e lugares
ocupados por homens e mulheres na sociedade.
O governo de FHC formalizou, 20 anos atrás, a ideologia
de gênero no currículo nacional. Evidentemente, o governo do PT tem expandido o
pioneirismo de gênero do PSDB. Mesmo assim, iludidamente alguns acham que com a
remoção do PT do poder, a ideologia de gênero vai embora. Não vai. Essa
ideologia não está ligada exclusivamente ao PT. Está atrelada a muitos
partidos, inclusive o PSDB.
Muito antes do PT assumir o governo federal, meu
livro, “O Movimento Homossexual,” publicado em 1998, já denunciava a
doutrinação de gênero que estava presente no governo e escolas do Brasil. Meu
livro mencionava que o alastramento da ideologia de facilitação homossexual está
ligado a objetivos de controle populacional, que é o coração da ideologia de
gênero. Meu livro, citando a Dra. Dale O’Leary, disse:
“A
fim de serem eficazes a longo prazo, os programas de planejamento familiar não
devem se concentrar apenas na redução da fertilidade dentro dos papéis de
gênero existentes, mas principalmente na mudança dos papéis de gênero para
diminuir a fecundidade”.
Mudança de papéis: Homens sendo incentivados e
inspirados a assumir o papel das mulheres e vice-versa. O único propósito da
ideologia de gênero é provocar mudanças de práticas e atitudes sexuais a fim de
reduzir a fertilidade, isto é, reduzir a população.
Os pais não enviam seus meninos para a escola pública a
fim de aprenderem a ser meninas, e vice-versa. Mas a ONU, as ONGs nacionais e
internacionais, atuando de modo “informal” ou não, têm essa meta. Tudo
para reduzir a população.
A existência e atuação da ideologia de gênero ocorreu
na década de 1990 sem estardalhaço no Brasil. O MEC do governo FHC estipulava
que em vez de uma aula específica focada na educação sexual, as questões de
gênero deveriam ser tratadas como temas transversais, isto é, o professor de
matemática, a professora de português e professores de outras matérias introduziriam
sutilmente as questões de gênero em suas aulas que nada tinham ou deveriam ter
a ver com gênero e ideologia.
O golpe do gênero foi aplicado de uma forma que não
despertou reação durante duas décadas.
Hoje, a sacralização em leis municipais da ideologia
de gênero seria apenas a formalização de um relacionamento imoral e antigo que
já existe entre escolas brasileiras e entidades sustentadas e inspiradas por
entidades depravadas dos EUA, com a total aprovação do governo do PSDB e PT.
Seria apenas implementar o que o governo de FHC já estava fazendo nas escolas,
sem grande repercussão e oposição.
Com a legalização municipal, o processo de doutrinação
existente há 20 anos pode avançar muito mais. Mas a rejeição das leis de
educação de gênero, embora detenha o processo municipal formal, não vai deter o
processo “informal” que já vem ocorrendo há décadas no governo federal.
É como o caso de um homem e uma mulher amigados há
duas décadas. A formalização de seu relacionamento em casamento facilitará
muita coisa na vida deles, mas a falta de formalização não anulará o
relacionamento que já existe.
Há um antigo relacionamento promíscuo entre o governo
do Brasil e as agendas mais imorais da ONU e entidades americanas.
Há um relacionamento promíscuo entre as escolas
brasileiras e instituições brasileiras e americanas que querem atrelar a
educação das crianças a uma lavagem cerebral ideológica pró-homossexualismo,
para o objetivo de controle populacional.
Acabar com as leis que formalizam isso é bom.
Melhor ainda seria extinguir o relacionamento
promíscuo.
Na formalidade, eles ganham. Na informalidade, eles não
perdem.
Na formalidade municipal, eles perdem. Na formalidade
federal, eles sempre avançaram.
Mas escolas nas mãos do governo não foram criadas para
promover a autoridade e respeito aos valores dos pais e muito menos aos valores
morais. Foram criadas para promover a autoridade e respeito aos valores
estatais, por mais imorais que sejam.
Qualquer mudança sempre será puramente cosmética.
Nunca será possível uma vitória verdadeira nas escolas públicas, pois são
agentes do socialismo e sempre se conduzirão conforme sua natureza.
Se os pais quiserem uma educação de fato livre de
ideologias, é preciso se libertar da doutrinação travestida de educação do
Estado.
O caminho é a adoção da educação escolar em casa para
quem pode e igrejas abraçando a visão de estabelecer escolas cristãs
particulares para salvar suas crianças do Estado. Educação não compete ao
Estado, mas à família e, com o consentimento dela, à igreja.
Na França, o povo realizou manifestações de mais de 1
milhão de pessoas contra o “casamento” homossexual em 2013. O assunto
fervilhou. O governo deixou a poeira baixar e agora, com o povo sem ânimo para
prosseguir nos protestos, tal “casamento” fajuto está avançando.
Entregar os filhos às escolas estatais e lutar contra
a ideologia de gênero do Estado tem muito pouco efeito a longo prazo. Quando a
poeira baixar, o que era informal durante duas décadas será formal e legal nos
municípios.
O único modo de passar por cima do desprezo estatal
pela vontade e autoridade dos pais é escolher a educação escolar em casa ou a escola
cristã particular.
As escolas públicas continuarão, como agentes
socialistas que foram criadas para ser, produzindo alunos com mentalidade
socialista e imoral. A ideologia de gênero na educação pública não vai parar.
Vai continuar avançando, com estardalhaço ou não, do jeito que já vinha
avançando durante 20 anos.
A diferença é que quando o avanço é feito pelo PT,
gera oposição. Quando é feio pelo PSDB e outros marxistas diplomáticos, gera
apatia.
Na educação escolar em casa, não existe os dois
riscos.
Na escola cristã, não deveria existir esses dois
riscos.
Escolha o melhor para seu filho. Salve-o da ideologia
de gênero. Salve-o da educação pública.
Fonte:
www.juliosevero.com
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