Ideia
 original do governador do Amazonas, José Melo (Pros), o projeto de 
Transposição do Rio Amazonas para o semiárido nordestino começa a ganhar
 aliados na região. Ontem, durante quatro horas, sua concepção foi 
debatida por políticos, estudiosos e formadores de opinião numa plenária
 em um hotel na cidade de Taquaritinga do Norte, a 190 km do Recife, por
 iniciativa do empresário e comunicador Geo Caldas, diretor-presidente 
da Rádio Farol.
Segundo ele, que fez uma longa exposição sobre a ideia, num segundo 
encontro já promovido por ele, que recentemente esteve visitando o rio 
Amazonas e alguns dos seus afluentes, o grande Amazonas joga no Oceano 
Atlântico em torno de 200 mil metros cúbicos por segundo. Um metro 
cúbico corresponde a mil litros de água, então em média, são 200 milhões
 de litros de água doce que o rio despeja no Oceano Atlântico.
Na época de cheia esse volume pode ultrapassar 600 mil metros cúbicos
 por segundo, segundo ele. Pelo estudo, apenas 1% do volume da vazão 
poderia abastecer o Nordeste e também o Estado de São Paulo, pela 
proposta inicialmente feita pelo governador.  “O Amazonas dispõe de uma 
vazão mil vezes o que necessita o Nordeste. Se fizesse um desvio de água
 de 1% desses 200 mil m³, para o Rio Amazonas não seria nada, um desvio 
insignificante, mas que representa quase toda a vazão do Rio São 
Francisco", afirmou Caldas.
Diferentemente da proposta do governador do Amazonas, que sugeriu a 
transferência da água na Foz, Geo Caldas sugere que a captação das águas
 poderia ser feita no trecho do Rio Amazonas que banha o Pará. Para o 
Nordeste, seria necessário percorrer 1,2 mil km em linha reta. "Com um 
projeto bem planejado poderia ser possível sim levar água para essas 
regiões. Seria projeto pioneiro, não tem similar no mundo”, disse ele.
Segundo ainda o comunicador, que deseja levar o próximo debate para o
 plenário da Assembleia Legislativa, com a intenção de atrair o apoio 
efetivo da classe política, só a China está fazendo uma transposição 
parecida, do Himalaia para Região Norte do país. Diferentemente da 
Transposição do São Francisco, voltado para o abastecimento humano, 
animal e para irrigação, via recursos públicos, a do Amazonas, segundo 
Caldas, seria feita pela iniciativa privada, mediante autorização do 
Governo, e a água para chegar ao consumidor final seria paga.
“A questão de vender a água é um mercado que não existe, vai ser 
criado. Temos condições naturais de fornecer água para o semiárido 
inteiro do Nordeste. A retirada do Amazonas em nada afetaria a 
disponibilidade hídrica da região Norte”, disse o comunicador. “No 
Amazonas, que visitei, há pouco, temos água na atmosfera, nos rios e no 
subsolo. A transposição do Amazonas não provocaria também nenhum dano ao
 meio ambiente”, explicou.
"Eu sou daqueles que entende que a solução do Nordeste passa pelo 
Amazonas. Temos solos extremamente férteis, mas sem água. A pergunta que
 deixo para o Brasil é o seguinte: por que não levar água da Foz do 
Amazonas, que tem em abundância, para o Nordeste, onde há solos 
abundantes e ricos? Não precisaríamos levar água todo dia. Quando no 
período de chuvas resolvessem a questão do abastecimento dos 
reservatórios, a torneira estava fechada. Quando isso não acontecesse, o
 Amazonas estaria lá para socorrer", afirmou.
A plenária de ontem atraiu um grande público e contou com a presença 
do prefeito de Taquaritinga do Norte, Evilásio Araújo (PSB), do 
ex-prefeito Jânio Arruda (PSD) e de várias lideranças da região, 
principalmente dos municípios mais próximos, além deste blogueiro e do 
companheiro Adriano Roberto, que divide comigo a bancada do programa 
Frente a Frente, retransmitido em rede para mais de 40 emissoras no 
Nordeste. 
do Blog do Magno Martins 
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