“Uma sociedade só é democrática quando ninguém for tão rico que possa comprar alguém; ninguém for tão pobre que tenha de se vender a alguém”.
Muito romântico, Jean-Jacques Rousseau dizia coisas assim, mais de dois séculos atrás (1712-1778). Tinha a capacidade de ver as coisas como são e de não aceitar muitas coisas da maneira como se tornaram.
Há frases que vivem muitas vidas. Normalmente são criações que nascem livres das censuras da viabilidade ou da necessidade de prova. Expressam idéias (percepções) que carregam verdades ou partes das verdades e por isso se repetem aqui e ali, agora e sempre. Podem não revelar propriamente uma descoberta, um insight, mas provocam o espírito. Dizem com certo sabor algo de uma condição para a qual a espécie parece condenada.
Mudam os séculos, os personagens, mas a tonalidade das ações humanas se reproduz por muitas e muitas vidas, como se estivéssemos configurados para a repetição.
O médico Deepak Chopra tem outra destas frases que capturam o espírito: “O ser humano é um bando de condicionamentos”.
Nas coisas da disputa de poder, por exemplo, há sempre muita água rolando (ôpa!), mas são encarnações da mesmice. A história está cheia das mesmas estórias.
Tanto é que 4 séculos antes de Cristo, lá estava Platão esbravejando à sua maneira contra a alienação do povo: “O preço a pagar pela sua não participação na política é ser governado por quem é inferior”. Pegou pesado com os políticos...
São frases que se tornam clichês porque dizem como caminha a humanidade: em círculo!
Melhor do que elas, para expressar a roda da vida, só mesmo as piadas! E a condição humana bem que se presta a uma tonelada de boas piadas.
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Geraldinho Vieira (texto) e Claudius (charge) são jornalistas
Geraldinho Vieira (texto) e Claudius (charge) são jornalistas
do Blog do Noblat
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