O ex-policial militar Florisvaldo de Oliveira, 53, foi assassinado no fim da noite desta quarta-feira (26) em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, em São Paulo.
Conhecido como
Cabo Bruno, ele estava em liberdade havia pouco mais de um mês depois de
cumprir pena por dezenas de homicídios cometidos na década de 80 na
capital paulista.
De acordo com a
Polícia Militar, ele chegava em casa com a família, por volta das
23h45, na rua Doutor Álvaro Leme Celidônio, no bairro Quadra Coberta,
quando foi surpreendido por dois homens armados.
"Ele havia
participado de um culto em Aparecida com a esposa, um genro e uma filha.
Os parentes contaram que ele desceu do carro para abrir o portão da
garagem de casa quando foi atingido por vários disparos", informa o
investigador Marcelino Salvador, da delegacia do município.
Os tiros
atingiram principalmente a cabeça e o tórax da vítima. Ele morreu no
local do crime. Cerca de 20 cápsulas de bala de diferentes calibres
foram recolhidas pela polícia para perícia. "Pela quantidade de disparos
é possível que ele tenha sido vítima de execução, mas isso só vai poder
ser confirmado depois das investigações", afirma.
Testemunhas
contaram à polícia que os criminosos correram até um carro prata que
estava estacionado nas proximidades e fugiram. Ninguém ficou ferido, e
nada foi roubado. O corpo do ex-policial foi encaminhado ao Instituto
Médico Legal de Pindamonhangaba.
Liberdade
Depois de sair
da prisão, Florisvaldo de Oliveira passou exatos 34 dias em liberdade
até perder a vida. Saiu da Penitenciária de Tremembé na tarde do dia 23
do mês passado. Ele foi beneficiado por um decreto assinado pela
presidente Dilma Rousseff em 2011 que concede liberdade a quem cumpriu
mais de 20 anos de prisão e tenha tido bom comportamento.
Cabo Bruno foi
expulso da PM e preso em 1983. Chegou a fugir três vezes. Ao todo,
passou 27 anos atrás das grades acusado de liderar um grupo de
extermínio nos anos 80 que atuava na zona sul de São Paulo e que tinha o
apoio de comerciantes da região. Ele dizia ter cometido pelo menos 50
assassinatos. Florisvaldo foi condenado pela Justiça a 117 anos de
prisão.
Religioso
O ex-policial
militar, considerado o justiceiro mais temido da capital paulista na
década de 80, morreu três dias depois de ter sido empossado pastor da
Igreja Refúgio em Cristo, em Taubaté.
Florisvaldo de
Oliveira começou sua vida religiosa ainda na prisão, em 1991, quando se
tornou evangélico. Ajudou a construir duas capelas na Casa de Custódia
de Taubaté.
Na cerimônia
deste domingo (23), ele e os demais testemunhavam justamente sobre as
chances que devem ser dadas para que as pessoas possam mudar. "Todos
podem mudar. Essas mudanças são o maior milagre de Deus", dizia o irmão
Pedro Silvestre. "Não cabe a nenhum de nós julgar o próximo, ainda que
seus pecados sejam vermelhos como o escarlate, se tornarão brancos como a
neve", dizia o bispo Vladimir, da Igreja Refúgio em Cristo, que veio do
Rio especialmente para a cerimônia.
Depois de 21
anos preso, considerando as três fugas ao longo dos anos 1980,
Florisvaldo e outros pastores defendiam os prisioneiros e o trabalho
missionário nas cadeias. "Lá dentro tem homens e mulheres de Deus. Quem
não pecou que atire a primeira pedra. As almas deles precisam ser
resgatadas."
Desde que se
converteu, segundo os depoimentos, Florisvaldo se mostrou uma pessoa
metódica e empenhada. Construiu uma igreja no Presídio de Tremembé. Fez o
púlpito com madeira, pintou de azul, lixou e pintou de novo. "Se eu não
ficasse tanto tempo, talvez não estivesse agora aqui", disse.
As trágicas
histórias que viveu não foram mencionadas durante o culto, ao contrário
do que costuma ocorrer nos testemunhos evangélicos. "Queremos esquecer o
passado", disse a mulher, Dayse. "Somos hoje servos de Deus e queremos
ter paz para viver."
No culto estava
presente ainda a missionária Alaíde Pereira que, em 1991, foi a
primeira pessoa a sugerir que Florisvaldo mudasse de vida. Ela chorou ao
longo de toda a cerimônia. "Ele é um filho para mim", disse.
A mulher,
Dayse, pediu a todos que orassem pelo sucesso do novo pastor. Depois de
assinar o documento de posse, Florisvaldo fez sua primeira fala como
pastor. Disse que iria saquear o inferno, tomando as almas de Satanás e
as entregando para um reino de luz. "Nunca fui de ficar parado", disse o
evangélico, que agora diz continuar sua guerra de forma pacífica. Desde
que saiu, Florisvaldo não falou com a imprensa.
da Bandnews/Uol/DGABC
FIQUEI TRISTE AO SABER DOQUE ACONTECEU COM O PASTOR, MAS FELIZ AO MESMO TEMPO, PORQUE ELE MORREU COM jESUS .......QUE DEUS ABENÇÕE E FAMILIA E DE CONFORTO NO CORAÇÃO DELES ....AMÉM
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