Rádio A Melhor do Universo

27 setembro 2012

SEIS TENDÊNCIAS DO PT CRITICAM OS RUMOS DO PARTIDO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

Leia, abaixo, a “Carta ao Partido dos Trabalhadores”, divulgada nesta quarta-feira por seis facções que militam dentro do partido, criticando a condução da campanha no Recife pelo senador Humberto Costa:


I-  O Partido dos Trabalhadores sempre foi reconhecido pela sua intensa e incessante disposição ao debate, nos caracterizamos como um partido de propostas ousadas e críticas contundentes, através do princípio democrático da participação e da construção coletiva. Esta construção histórica vem sendo substituída pelo pragmatismo e imediatismo de grupos políticos comandados por Humberto Costa, João Paulo, Múcio Magalhães, Mozart Sales, Josenildo Sinézio, Dilson Peixoto, Isaltino Nascimento e Pedro Eugênio, mais preocupados com sua própria sobrevivência política do que com os rumos do PT.
II-  Desgastados por uma prévia, que poderia ter sido evitada, se as avaliações acordadas fossem cumpridas e o resultado da vontade da base partidária fosse respeitada, ainda padecemos de um funcionamento precário das instâncias, pela falta de compromisso destes mesmos grupos.  Em Pernambuco são os principais responsáveis pela ausência de quórum no Diretório Estadual, desde junho de 2011, retrato do total abandono do PT promovido por estes agrupamentos.
III- Neste momento, durante a campanha à prefeitura do Recife, estes equívocos são evidenciados para toda a população. Os últimos programas do guia eleitoral da coligação “Para o Recife Continuar Mudando” tem atacado de forma virulenta e intempestiva o governo do estado, do qual nosso partido é integrante. Com afirmativa mentirosa, sobre a privatização da COMPESA e aumento da tarifa, o candidato do nosso partido trata um aliado estadual e nacional como inimigo. Lembramos que o próprio prefeito à época, João Paulo, assinou um contrato de programa com a COMPESA  e jamais falou em privatização.
IV-  Qual a razão deste movimento? É ideológico ou puro pragmatismo eleitoral? Não nos resta outra resposta, estamos vendo a criação de uma justificativa que nos leva a um afastamento do campo democrático e popular. Uma ruptura irresponsável e calcada em uma grande inverdade.  Uma tentativa desesperada de tentar nacionalizar a disputa, através de sofismas e argumentos casuísticos. “Esquerdizar” para justificar a irresponsabilidade política de Humberto Costa e seu grupo pelo isolamento do PT, num manobra desesperada e eleitoreira.
V- Através desta estratégia errática, nos distanciamos das referências petistas e  corremos risco da perda de base social. O PT apequena-se perante a sociedade, utilizando práticas que sempre condenou e das quais foi vítima. Trata aliados históricos como se fossem adversários.
VI- O futuro do PT em nosso Estado e particularmente na maior cidade de Pernambuco depende de uma reflexão consequente e honesta sobre os erros cometidos na nossa trajetória recente. Não nos cabe transferir a responsabilidade dos erros políticos aos demais partidos aliados, nem muito menos às lideranças destes. Os equívocos começaram e permanecem no interior de nossa organização partidária. É fruto da política do personalismo, da falta de democracia interna e do desrespeito aos militantes e lideranças oriundas de outros campos, que não o majoritário.
VII- O sujeito político mais importante é o partido, que é coletivo e maior que eventuais mandatos. Para restabelecer as condições de diálogo, é fundamental a autocrítica e o reconhecimento dos equívocos cometidos nesta campanha, desde a formação da chapa majoritária, passando pela falta de defesa da atual gestão petista no Recife, até os temas colocados de forma desconexa, que despolitiza o debate e não conquista o imaginário da classe trabalhadora para um projeto verdadeiro transformador e justo.
VIII-    Sempre é bom lembrar que as eleições passam, as divergências pontuais e conjunturais devem ser tratadas como tal, e as alianças maduras testadas na luta social e política necessitam ser preservadas.
Assinam:
Organização Marxista – OM
Novos Rumos
Democracia Socialista – DS
Coletivo Quilombo
PT de Lutas e de Massas – PTLM
Movimento PT
Militantes da Mensagem ao Partido

do Blog de Inaldo Sampaio 


Nota do BAF: O que se viu no último debate entre os prefeituráveis do Recife na TV Jornal, foi o afastamento em tese do Senador Humberto, do governador. Agora para piorar de vez a campanha do PT no Recife, já que não tem o apoio de João da Costa, que mesmo sendo bombardeado pelo candidato socialista que "faz tudo", ainda assim segue no apoio. Ontem saiu a nota das tendências do PT, que diga-se de passagem, muitas delas, nunca engoliram o candidato biônico do partido dos trabalhadores na capital. Evidencia-se assim o rachão.
A atual configuração de lideranças petistas, seja nacional, estadual e municipal tendem mais ao pragmatismo e imediatismo da sobrevivência política dos líderes do que com o PT. A imposição de forma "democrática" vem sendo uma constante e triste marca. Será necessário uma estrondosa derrota nos principais redutos eleitorais, para entender que o PT não é só Lula, nem envolvidos no mensalão.


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