I- O Partido dos Trabalhadores sempre foi reconhecido pela sua
intensa e incessante disposição ao debate, nos caracterizamos como um
partido de propostas ousadas e críticas contundentes, através do
princípio democrático da participação e da construção coletiva. Esta
construção histórica vem sendo substituída pelo pragmatismo e
imediatismo de grupos políticos comandados por Humberto Costa, João
Paulo, Múcio Magalhães, Mozart Sales, Josenildo Sinézio, Dilson Peixoto,
Isaltino Nascimento e Pedro Eugênio, mais preocupados com sua própria
sobrevivência política do que com os rumos do PT.
II- Desgastados por uma prévia, que poderia ter sido evitada, se as
avaliações acordadas fossem cumpridas e o resultado da vontade da base
partidária fosse respeitada, ainda padecemos de um funcionamento
precário das instâncias, pela falta de compromisso destes mesmos
grupos. Em Pernambuco são os principais responsáveis pela ausência de
quórum no Diretório Estadual, desde junho de 2011, retrato do total
abandono do PT promovido por estes agrupamentos.
III- Neste momento, durante a campanha à prefeitura do Recife, estes
equívocos são evidenciados para toda a população. Os últimos programas
do guia eleitoral da coligação “Para o Recife Continuar Mudando” tem
atacado de forma virulenta e intempestiva o governo do estado, do qual
nosso partido é integrante. Com afirmativa mentirosa, sobre a
privatização da COMPESA e aumento da tarifa, o candidato do nosso
partido trata um aliado estadual e nacional como inimigo. Lembramos que o
próprio prefeito à época, João Paulo, assinou um contrato de programa
com a COMPESA e jamais falou em privatização.
IV- Qual a razão deste movimento? É ideológico ou puro pragmatismo
eleitoral? Não nos resta outra resposta, estamos vendo a criação de uma
justificativa que nos leva a um afastamento do campo democrático e
popular. Uma ruptura irresponsável e calcada em uma grande inverdade.
Uma tentativa desesperada de tentar nacionalizar a disputa, através de
sofismas e argumentos casuísticos. “Esquerdizar” para justificar a
irresponsabilidade política de Humberto Costa e seu grupo pelo
isolamento do PT, num manobra desesperada e eleitoreira.
V- Através desta estratégia errática, nos distanciamos das
referências petistas e corremos risco da perda de base social. O PT
apequena-se perante a sociedade, utilizando práticas que sempre condenou
e das quais foi vítima. Trata aliados históricos como se fossem
adversários.
VI- O futuro do PT em nosso Estado e particularmente na maior cidade
de Pernambuco depende de uma reflexão consequente e honesta sobre os
erros cometidos na nossa trajetória recente. Não nos cabe transferir a
responsabilidade dos erros políticos aos demais partidos aliados, nem
muito menos às lideranças destes. Os equívocos começaram e permanecem no
interior de nossa organização partidária. É fruto da política do
personalismo, da falta de democracia interna e do desrespeito aos
militantes e lideranças oriundas de outros campos, que não o
majoritário.
VII- O sujeito político mais importante é o partido, que é coletivo e
maior que eventuais mandatos. Para restabelecer as condições de
diálogo, é fundamental a autocrítica e o reconhecimento dos equívocos
cometidos nesta campanha, desde a formação da chapa majoritária,
passando pela falta de defesa da atual gestão petista no Recife, até os
temas colocados de forma desconexa, que despolitiza o debate e não
conquista o imaginário da classe trabalhadora para um projeto verdadeiro
transformador e justo.
VIII- Sempre é bom lembrar que as eleições passam, as divergências
pontuais e conjunturais devem ser tratadas como tal, e as alianças
maduras testadas na luta social e política necessitam ser preservadas.
Assinam:
Organização Marxista – OM
Novos Rumos
Democracia Socialista – DS
Coletivo Quilombo
PT de Lutas e de Massas – PTLM
Movimento PT
Militantes da Mensagem ao Partido
do Blog de Inaldo Sampaio
Nota do BAF: O que se viu no último debate entre os prefeituráveis do Recife na TV Jornal, foi o afastamento em tese do Senador Humberto, do governador. Agora para piorar de vez a campanha do PT no Recife, já que não tem o apoio de João da Costa, que mesmo sendo bombardeado pelo candidato socialista que "faz tudo", ainda assim segue no apoio. Ontem saiu a nota das tendências do PT, que diga-se de passagem, muitas delas, nunca engoliram o candidato biônico do partido dos trabalhadores na capital. Evidencia-se assim o rachão.
A atual configuração de lideranças petistas, seja nacional, estadual e municipal tendem mais ao pragmatismo e
imediatismo da
sobrevivência política dos líderes do que com o PT. A imposição de forma "democrática" vem sendo uma constante e triste marca. Será necessário uma estrondosa derrota nos principais redutos eleitorais, para entender que o PT não é só Lula, nem envolvidos no mensalão.
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