Eu
não fiquei nem um pouco impressionado com o discurso do Papa, afinal
sou católico apostólico, não romano. Tudo que ele disse nos discursos, quem acompanha
um pouco do cenário mundial, sabe que é verdade, e principalmente das
suas ações como sacerdote na capital hermana, condiz com os princípios cristãos. Excetua-se, a nossa tradicional discordância doutrinária e de ritual.
No discurso para bispos do
(Celam), o Papa criticou o que
chamou de ideologização da mensagem evangélica, tendo como referência os movimentos Opus Dei e Teologia da Libertação, (Direita X Esquerda).
O
Papa tratou da parte tática da missão, onde alertou para a mudança de rota dos sacerdotes, saindo do centro, buscando as periferias, onde está também o povo, e os bispos, devem ser pastores.
Aqui para nós: Os nossos pastores estão próximos das pessoas, ou só exceções, que vestem a camisa do genuíno Evangelho?
Ontem na EBD a fala foi de humildade. Entendo que devemos amar a pobreza. Quer dizer, a pobreza
interior primeiro, e exterior também, no tocante a
simplicidade e austeridade de vida.
Segundo o Papa e acertadamente, os homens tem psicologia de
príncipes, e acrescento, só porque pensam ser filho de Rei. Uma coisa é dizer que é filho. Outra é o Pai afirmar e o DNA afirmar. A maioria dos líderes que a gente observa, são ambiciosos, vivem de alegrias, nunca de
tristezas e angústias dos homens. Mudam de congregação, abrem ministérios, perpetuam-se no poder de forma vitalícia e utilizam de nepotismo. Isto é Cristianismo?
Eu só queria saber se estes, conseguem dormir? Quer dizer: o chamado e ungido, sim. Já o promovido, se interroga sobre o andamento da Igreja? Acredito que só no balancete.
Falta e muito, discernimento pastoral, e assuntos econômicos são mais importantes. Os espaços reais para a participação, organização e planejamento, onde estão? Jesus fazia reunião de organização com os discípulos. Só para pensar.
O social, a ideologia, base em hermenêutica,
ciências sociais, são coisas exclusivas para teólogos? Entendo que engloba os campos mais variados. Mas o que se observa: grupos de elites com espiritualidade superior. Onde e quando? Tratando da entrevista ao Fantástico, fiz algumas observações que entendo como pertinentes. Se a entrevista passou na íntegra ou foi editada, não sei. Só falo do que vi. O Papa falou de pontos polêmicos, sem se furtar. Como a questão da reforma da cúria romana, crimes financeiros, pedofilia e vatileaks. Todas as questões estão sendo analisadas e com datas para reunião e apresentação de relatórios. A questão do carro ser simples e andar com o vidro aberto. Na contramão, estão os pastores, com carros importados, alguns blindados e com seguranças.
Outro detalhe é a moradia do Papa, onde mora, come e convive com os trabalhadores. No Brasil o Papa hospedou-se na casa do Bispo. Os pastores, vão para hotel e toda a pompa. Jesus ia pra onde mesmo, nas viagens? Nas convenções, diáconos comem junto a pastores? Mas, nas congregações formam parte do corpo?
Outro detalhe que me chamou a atenção, foi quanto ao Papa classificou a Igreja de Mãe. Só que uma mãe que se comunica, não por correspondência ou que se preocupa só com documentos. A mãe que tocar, abraçar, zelar, sentir as pessoas. Hoje o que a gente percebe são gestores e não pastores. E o organismo vivo, passa a ser uma organização eminentemente empresarial, engessada, desprovida de autoridade.
O Papa falou do seu contentamento com os jovens, da utopia salutar e do perigo da manipulação dos mesmos. Abordou o esquecimento dos velhos e da sequência com os jovens de mesmo fim de descarte. Falou da idolatria com o dinheiro, onde a bolsa de valores, influencia o noticiário mais do que as crianças que morrem com fome, sem assistência médica e sem educação; e do mesmo modo as demais pessoas pelo mundo. Falou de uma ação rápida das religiões no tocante a educação e combate a pobreza e de um diálogo construtivo nos pontos convergentes, mas atacando prioritariamente as causas que afligem o povo.
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