Com um universo aproximado de 400 mil eleitores, igreja apoiará a reeleição dos deputados estadual Adalto Santos e federal Francisco Eurico. Família Ferreira perde a disputa
Em meio à quebra-de-braço entre os candidatos do segmento
evangélico do Estado, uma “briga santa” pelo voto tradicionalmente fiel
dos protestantes, que se tornou mais antagônica a partir da eleição de
2010, chega ao fim, oficialmente, a disputa pela hegemonia do voto – em
um universo estimado de 400 mil eleitores – na maior das suas
denominações religiosas. A Comissão de Assuntos Especiais da Assembleia
de Deus decidiu apoiar, de forma pública, as candidaturas à reeleição
dos deputados estadual Adalto Santos (PSB) e federal Francisco Eurico
(PSB), em detrimento do mais antigo grupo político-familiar evangélico,
em Pernambuco, liderado pelo ex-deputado e pastor Manoel Ferreira (PR).
A posição oficial, agora, da Assembleia de Deus Convenção Recife de
recomendar o voto dos fieis na reeleição do presbítero Adalto e do
pastor Eurico derruba a postulação da família de ter o apoio ou
neutralidade da igreja, mas não acaba com a divisão na denominação nem
convence os Ferreira a retirarem suas candidaturas. Com a posição de que
a ação política é feita para os fieis de todas as denominações
evangélicas, o patriarca Manoel Ferreira decidiu manter o trabalho pela
reeleição do filho e deputado federal Anderson Ferreira (PR) e para
eleger a uma cadeira na Assembleia Legislativa o filho e vereador do
Recife, André Ferreira (PMDB), em 2014.
A disputa pelo predomínio do voto evangélico veio à tona, há cinco
meses, críticas ao presbítero Adalto e o pastor Eurico da parte dos
Ferreira, por não terem adotado posturas firmes na Assembleia e no
Congresso em defesa da atuação do pastor Marcos Feliciano (PSC-SP) na
Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal. A
contra-propaganda entre os fieis dizia, inclusive, que o deputado Adalto
teria votado pela liberação da bebida alcoólica na Arena da Copa do
Mundo (2014), o que negou categoricamente. A cizânia teria atingido,
também, os deputados Cleiton Collins (PSC), pastor da Assembleia de Deus
- Ministério Madureira, e bispo Ossésio (PRB), da Universal, que
estariam incomodados com a ação política dos Ferreira em suas áreas.
Precavido e ressaltando que obedece à instância superior da igreja, o
deputado Adalto Santos confirma a decisão da Comissão de Assuntos
Especiais de oficializar o apoio à sua reeleição e a do pastor Eurico,
ambos eleitos pela primeira vez em 2010. “Sim. Temos um trabalho
desenvolvido que mereceu a confiança da igreja”, diz, discreto, evitando
se aprofundar.
Duas vezes consecutiva o vereador mais votado do Recife, André
Ferreira também confirma a posição da igreja, que a família – revela –
recebeu com naturalidade. “De novo, porque eles já são apoiados. Normal.
Eles foram os candidatos da igreja (2010), que está tendo essa linha de
nomes oficiais. Só que o segmento é muito grande. Tive 16 mil votos
(2012) sem o apoio oficial. O dobro de Aimée (irmã Aimée Carvalho, PSB,
candidata oficial. Não tenho apoio só em uma denominação do segmento).
Vamos tentar ampliar as bases. Serei candidato a estadual”, afirma.
do JC
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