Despenalização do aborto, tocar neste assunto polêmico é necessário um olhar bastante ético. Onde a lógica diz uma coisa, mas o ideal é bem distante do real.
Interromper a gestação é crime? O radical diz logo que sim. Tem gente que nem analisa, sentencia. Até que acontece na própria família.
Lembrando também que as mulheres são ameaçadas, pois toda gravidez tem risco.
De volta a tona a discussão, a decisão vai para as mãos do governo, congresso e justiça. Os números do MS indicam 1 Milhão de aborto/ano, sendo a quinta causa de morte materna. Não é necessário falar sobre as sequelas do aborto, onde o conjunto de irresponsabilidades tem atores fortes. Só é necessário chamar a atenção para a tipificação do aborto e os procedimentos utilizados na rede. O olhar conservador pode discriminar e até matar. Deus, como é onipresente observa as coisas por inúmeros ângulos. A nós, concedeu amor, visão periférica, raciocínio, ética, filosofia, sociologia.....e infelizmente, temos a capacidade também de desenvoltura do oposto.
Reformar o código penal para interromper gestação, é uma forma de pena de morte, pura e simples. O Estatuto nascituro, é entendido como uma forma de retrocesso. Ainda temos os casos de estupros, fetos anencefálicos e riscos a mãe, que não são esgotadas as discussões.
Há resistências nos serviços de saúde, falta abrangência no entendimento da lei e em determinados lugares, falta até maternidade. O município do Paulista por exemplo, com mais de 300 mil habitantes, está inserido no contexto, sem uma maternidade pública.
Outra questão, refere-se a decisão da mulher quanto ao seu corpo. Aí entram em cena os aspectos reprodutivos e por aí vai. De uma coisa é certa, em muitos casos,(falo assim, pois cada caso é um caso, com suas peculiaridades) o aborto é causa de injustiça social e (na maioria) de saúde pública. Agora, abraçar a descriminalização do aborto e legalizá-lo, são outros quinhentos para discussão. Pois o que observo, me desculpem pelo pitaco, não sou especialista, apenas me interesso pelo assunto, como trabalhador da saúde, conselheiro de saúde e membro de movimento de saúde e de comitê de morte materna.
Os argumentos circundam a mesma causa, ou seja, tem-se de acabar com aborto clandestino e fazê-lo na rede de saúde onde em tese, seria mais seguro. O que eu entendo é que seguro, é reduzir o número de abortos, principalmente para a vida sendo gerada. Aí a mãe que no caso é o envólucro, também está segura.
Outro ponto, no que tange a mulher fazer do corpo o que quiser, entendo que ela já tem, exceto no estupro. Agora, engravidou, não se trata mais do corpo dela, e sim do nascituro. E até isto acontecer, há métodos na própria rede de saúde, que proporciona a prevenção da gravidez e o acompanhamento médico e psicossocial. Começando (em boa parte) pela própria Unidade de Saúde, onde disponibiliza, enfermeira, médica e psicóloga.
Portanto, não preciso recorrer a argumentos religiosos, para mostrar a fragilidade dos defensores do aborto. Como os evangélicos e católicos radicais, que colocaram a Bíblia como única referência para um lado da discussão. Ainda bem, que nem todos pensam assim.
A Bíblia revela a opinião de Deus, e os aspectos que circulam, devem ser cautelosamente observados, com boa homilética, mas principalmente com ótima hermenêutica. E o interessante é que, quem defende o aborto, já nasceu. Eis o que eu penso.
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