Cerca de R$ 1,8 milhões foram encaminhados a uma ONG que pertence à mãe do vice-presidente da Cruz Vermelha
Uma auditoria encomendada pela
Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha, órgão com sede
na cidade de Genebra, na Suíça, apontou que a Cruz Vermelha Brasileira
desviou dinheiro arrecadado em campanhas humanitárias.
Segundo a investigação, houve um desvio nas doações que seriam usadas para socorrer vítimas de conflitos na Somália (2011), do tsunami no Japão (2011) e das enchentes na região serrana do Rio de Janeiro (2011).
Em 2011, mais de 600 pessoas morreram com enchentes na região serrana do Rio (Foto:ABr)
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De
acordo com a Folha de S. Paulo, ao todo, cerca de R$ 1,8 milhões foram
encaminhados a uma Organização Não Governamental (ONG) que pertence à
mãe do vice-presidente da Cruz Vermelha, Anderson Marcelo Coutinho.
Outra parcela das doações, que chegam a R$ 523 mil, foi parar em alguns
fundos de aplicação e, em seguida, teve destino não identififcado.
A auditoria do escândalo envolvendo uma possível
corrupção na Cruz Vermelha Brasileira foi feita pela empresa Moore
Stephens, consultoria independente de Londres.
O
Instituto Humanus, ONG que recebeu o dinheiro, fica localizado em São
Luís, no Maranhão, e está registrado em nome de Alzira Quirino da Silva,
mãe de Anderson Marcelo Coutinho.
Tsunami deixou cidade devastada o Japão (Foto: AFP)
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Segundo
números revelados pela auditoria, o Humanus recebeu R$ 15,8 milhões da
Cruz Vermelha de 2010 a 2012, sem nenhum tipo de comprovação que o valor
tenha sido utilizado para prestar os serviços devidos. Como em dez
filiais analisadas não havia nenhum tipo de documentação que comprovasse
o destino do dinheiro, a auditoria não conseguiu especificar a origem
de todo o dinheiro transferido para o Instituto Humanus.
Em
2012, a Humanus recebeu cerca de R$ 100 mil da filial no Rio Grande do
Sul. O dinheiro deveria ser utilizado para ajudar a um hospital em
Balneário Camboriú, em Santa Catarina.
No
Brasil, existe a Cruz Vermelha nacional (órgão central) e dezenas de
filiais nos estados e municípios. De acordo com o estatuto da
instituição, cada filial tem a autonomia para gerenciar o seu
funcionamento, enquanto o órgão central é controlado pela federação
internacional, embora todas compartilhem a mesma marca internacional.
do Correio da Bahia
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