Por Redação
Nabucodonosor, rei da Babilônia em 586 antes de Cristo, foi o
responsável pela destruição do primeiro Templo de Salomão, planejado
pelo rei Davi e construído pelo seu filho. Mais de 2600 anos depois, o
ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), pode cumprir o mesmo
papel e ser responsável, mesmo indiretamente, pela demolição do novo
templo de Edir Macedo.
Isso por que a construção da nova sede da Igreja Universal, prestes a
ser inaugurada, é alvo de investigação do Ministério Público paulista
sob suspeitas de irregularidade. Denúncias apontam que o maior espaço de
culto religioso do país – quatro vezes maior que o Santuário de
Aparecida – teria sido erguido com um alvará de reforma, e não de
construção.
Concedido em outubro de 2008 durante a gestão Kassab, pelo antigo
Departamento de Aprovação de Edificações (Aprov), o alvará de reforma
teria livrado a Igreja Universal de pagar 5% do valor da obra, além de
fazer melhorias no entorno, como é previsto em um alvará de construção.
Como a obra foi orçada em R$680 milhões, o custo que a igreja de Edir
Macedo teria que pagar seria de R$35 milhões.
Em entrevista à rádio CBN, o promotor que que encabeça as
investigações, Maurício Antônio Ribeiro Lopes, apontou uma consequência
ainda mais grave: caso sejam comprovadas as suspeitas de fraude nos
alvarás, 40% da área total do terreno teria que ser destinado à moradia
popular. Isto é, parte do templo teria que ser demolido.
Isso por que, segundo o promotor, o terreno estava em uma área
industrial, havia um estudo de tombamento e ainda é considerado uma ZEIS
(Zona Especial de Interesse Social). Como se trata de uma construção e
não de uma reforma, uma irregularidade no alvará obrigaria a Igreja
Universal a cumprir a lei e ceder parte do terreno.
Quem concedeu o suposto alvará fraudulento foi Hussen Arab Assef,
ex-diretor do Aprov e suspeito de enriquecimento ilícito e
irregularidades na aprovação de empreendimentos imobiliários.
O promotor afirmou que as documentações relacionadas ao caso já foram
solicitadas tanto para a Prefeitura quanto para a igreja de Edir
Macedo. Apesar das suspeitas, Lopes disse que há indícios mas que ainda
não são suficientes para o dar convicção de que houve fraudes.
do Spresso SP
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