Rádio A Melhor do Universo

23 maio 2015

DO MEU OBSERVATÓRIO: A CRISE NA OBRA MISSIONÁRIA – PARTE 01




A história missionária brasileira faz lembrar de Lausanne, em 1974, considerado o boom para a evangelização mundial, sendo a semente do Congresso Brasileiro de Evangelização, mas só em 1983.  Anos mais tarde, precisamente mais quatro anos depois, surge o perfil da igreja brasileira para o mundo de língua portuguesa e espanhola.
Há o comprometimento com a urgência da obra missionária e surge o jargão onde o Brasil é o celeiro de missionários para o mundo inteiro. Os continentes seriam alvos de fluxo missionário, isto em tese, pois passados os anos, as coisas não aconteceram como previsto.
Não há dúvida que igrejas locais cresceram, principalmente movimentos neo pentecostais, onde também convenções multiplicaram-se cujo objetivo, o próprio reino. Assim a caminhada proposta não foi efetivada. Aqui e ali, algumas campanhas, cruzadas, movimentos e nada sistemático de evangelismo global.
O país que detinha o manancial de obreiros, envolve-se num mar de vaidades. Com exceções, mas os pregadores itinerantes, televangelistas, os vendedores midiáticos, tem um volume substancial de fãs, no meio dito como evangélico. O negócio é o negócio, desde Bíblias, livros, dvds… Os tais pregam a mensagem e, ainda dizem que está igualzinha no dvd, é só comprar… o pão requentado.
Não se fala em reavaliar a estratégia da Igreja. A burocracia, a ostentação e o se perpetuar no poder, junto ao nepotismo  são mais importantes do que a objetivação do propósito. Não se fala mais em crise e, a monocultura ou transculturalidade não se faz necessário reavaliação?! O fato é que a fuga da realidade, não modifica o quadro de superficialidade do movimento missionário.
Há discussão de direcionamento da verba da própria Igreja, quanto a que departamento ou prioridade deve ser exercida. Quem é realmente filho de Deus, ler a Bíblia e tem o Espírito Santo como guia, não tem indefinição quanto a conclusão que se precisa chegar. A chave hermenêutica destes líderes, perdeu-se no tempo e espaço e, Jesus já não é o alvo. Assim, se Cristo já não é, o povo e missões, significa o que?
A grande verdade é que os castelos denominacionais erigiram-se e, ao longo do tempo adquiriram rachaduras, só que muitos querem passar por imperceptíveis. Mesmo com a Palavra, falando de conserto. De vez em quando tem-se a onda de conferências missionárias. Algumas, só operação caça níquel local. Onde estão a prestação de contas e sustentação e envio de obreiros para os campos? Tem lugar que a empolgação acabou. Outros, a obra continua ativa e com responsabilidade.
Quando se fala de conferência missionária, a resposta é silêncio. Não se tem sequer justificativa desconexa. Quando se trata do compromisso financeiro, mais evasão na resposta. E o que dizer de se criar um Conselho Missionário. A falta efetiva de ação e mobilização, deve ser culpa de Deus. Não. Ah, da crise econômica atual.
O que se observa  atualmente, é que missões, já foi e não é, um produto bom de se vender. A prova é tanta que até nos nomes das denominações que surgem, não querem mais agregar o substantivo de missões. Os pastores já não veem mais status no título. Voltamos para a superficialidade do início e da empolgação, início avassalador, infelizmente parece que em muitos locais feneceu.

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