No tema da redação de ontem do ENEM o que destacar dos desafios para valorização da herança africana no Brasil? Sabemos que a herança cultural africana é rica, profunda, influenciando diversos aspectos da cultura, religião, música, dança, culinária e nossos costumes. No entanto, há um enfrentamento desafiante, histórico e contemporâneo, como o racismo puro, velado e estrutural. Discriminação, desde a escravização que passou pelo período colonial, atravessando séculos, até hoje em diversas esferas. O que dizer do mercado de trabalho, educação, segurança pública e no acesso à saúde?
Esse preconceito afrodescendente, impede a plena valorização e respeito pela cultura e identidade, relegando-a muitas vezes a uma posição de desigualdade socioeconômica.
Legado do período escravagista que deixou desigualdade econômica que ainda persiste mesmo com a pseuda alforria. As pessoas negras no Brasil têm, em média, menos acesso a empregos bem remunerados e ocupam menos cargas de liderança, além de enfrentarem uma maior dificuldade em ascender socialmente.
A desigualdade racial está entrelaçada com a desigualdade de renda e a distribuição de oportunidades no país. Mesmo com as cotas, cujo objetivo inicial seria de diminuir as desigualdades e dar acesso as instituições de ensino. Ainda bem, que aos trancos e barrancos segue-se a acessibilidade.
Outro ponto é o preconceito religioso. Até a galinha preta, tem outra destinação. Como se o criador da galinha branca, fosse outro? E o que dizer de negro de alma branca? Todo gerador de problemas ser negro e o que não presta logo passa a ter cor? A política, polícia, justiça trazem a sua pseuda colaboração. Ainda bem que toda regra tem exceção.
As religiões de matriz africana, enfrentam frequentemente intolerâncias religiosas, discriminação e violência, especialmente em regiões onde predominam outras religiões. Onde religião salva? Alie-se preconceito, falta de conhecimento e estigmatização, associadas a estereótipos negativos. Daí temos o desfecho até com mortes.
A questão é tão absurda que tentam apagar a cultura e desviar a apropriação de muitos elementos da cultura africana como a música, a dança e a culinária.
Além disso, a história da população afro-brasileira nas escolas muitas vezes é retratada de forma superficial, tendenciosa, superestimada ou ideologizada, faltando verdades. Mesmo tendo lei há barreiras, para o ensino de história e cultura afro-brasileira.
Onde, quando não faltam recursos, falta formação adequada para os professores, o que dificulta o ensino de uma forma abrangente, eficaz e de respeito.
É preciso valorização do ser humano, independente da cor, mas como a teorização é rasa, adita-se políticas públicas e incentivos econômicos que promovam e protejam os patrimônios negros. Onde se faz necessário resistência e luta por direitos, mesmo com tanta tecnologia, tanto racismo, o pior de todos disfarçado, nossa herança será mesmo assim preservada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário